Vítima de “crise muito aguda”: Joana Cruz perdeu pai dois meses antes de descobrir cancro

O pai de Joana Cruz morreu dois meses antes de a radialista ter sido diagnosticada com um cancro da mama. Em entrevista a Bárbara Guimarães, a voz da RFM revelou a causa do desaparecimento.

09 Jul 2021 | 19:50
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Joana Cruz está a superar, de há pouco mais de meio ano para cá, uma batalha contra um cancro da mama. A animadora de rádio, de 41 anos, terminou recentemente os tratamentos de quimioterapia e esteve à conversa com Bárbara Guimarães, no programa da SIC “Júlia”, relatando esta jornada.

Tudo começou no final do mês de dezembro. Joana Cruz recebeu o diagnóstico e, desde logo, decidiu falar publicamente sobre a doença. “Se calhar, vou partilhar isto que se está a passar comigo”, pensou.

Dois meses antes de receber a notícia, a locutora da RFM perdeu o pai. “Ele tinha cirrose hepática. Não teve nada que ver com álcool”, contou. O progenitor já lidava com a doença há três anos e esta estava controlada, porém, no início de outubro, teve uma “crise muito aguda que não teve retorno”.

 

Joana Cruz: “Este cancro é o triplo negativo agressivo”

 

O primeiro sinal de alerta chegou num momento de descontração. “Estava no sofá, passei a mão no decote e senti um alto, tipo uma ervilha”, recordou.

Não ignorou e fez os primeiros exames, uma mamografia e uma ecografia. O médico disse-lhe que não era nada, apenas um quisto, e recomendou que regressasse seis meses depois. Contudo, Joana Cruz não ficou convencida e sentiu que tinha de repetir. “O corpo deu sinal. Sentia um formigueiro naquele sítio.” “E ainda bem. Este cancro é o triplo negativo agressivo”, contou à apresentadora.

Seguiu-se uma biópsia e uma ressonância mamária, que confirmaram o tumor na mama. “Recebi a biópsia, por e-mail. (…) Deixa-me perguntar a quem sabe o que é isto. Caíram assim duas ou três lágrimas e eu pensei: vou ter de ir tratar disto então, vamos lá”, relatou.

A mãe, Maria Manuela Cruz, foi a primeira a saber e quis logo acompanhar a filha em todo o processo. Primeiro, Joana Cruz esteve no Hospital dos Lusíadas e, depois, no IPO.

Rapidamente iniciou as sessões de quimioterapia. “Eram 12 ciclos mais quatro. E assim foram. Doze semanas, não seguidas”, contou a radialista.

 

“Tal como se espera a chegada de um bebé, também fiz o meu enxoval”

 

O cabelo começou a partir da terceira sessão. Aí, Joana Cruz decidiu rapar o cabelo que restava. “Tal como se espera a chegada de um bebé, também fiz o meu enxoval. Comprei a peruca, de cabelo sintético… Comprei toucas e sobrancelhas.”

Aproveitou o lado mais vaidoso para encarar o processo de forma positiva. Confiante, afirmou: “O cabelo volta a crescer e o que importa mesmo é o interior”.

Entrevistada pela produção do programa das tardes da SIC, a mãe de Joana Cruz contou: “Ela tem lutado como uma guerreira, sempre com um sorriso no rosto. Fui a primeira pessoa a saber da doença. Chocou-me porque é uma doença má, mas tinha a intuição que ia correr bem”.

Maria Manuela Cruz destacou a coragem da filha. “Nunca a vi chorar. Eu confesso que ainda me deu um bocadinho de mágoa. A minha filha é um dos meus braços, é uma ajuda quando é preciso, uma ‘refilice’ quando é preciso, é uma guerreira, uma coisa boa.”

O segredo para ultrapassar esta batalha tem sido “pôr as coisas de uma forma leve”. Agora, a colega de Daniel Fontoura e Rodrigo Gomes na RFM aguarda a cirurgia. “Estou na pausa que acontece no fim dos tratamentos para fazer a cirurgia no fim de agosto”, concluiu.

 

Texto: Mariana de Almeida; Fotos: reprodução redes sociais
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