“Vi a minha vida quase a fugir-me entre os dedos”:Dolores Aveiro recorda gravidade de AVC

Dolores Aveiro sofreu um AVC há cerca de um ano e, para assinalar a data, partilhou um texto a contar toda a verdade, que eixou os seguidores “de boca aberta”.

04 Mar 2021 | 8:50
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Dolores Aveiro recorreu às redes sociais para recordar uma data marcante na sua vida. A mãe de Cristiano Ronaldo recuou até dia 3 de março de 2020 e escreveu um texto arrepiante onde relata detalhadamente o dia em que sofreu um AVC e os momentos dolorosos que se sucederam.

Foi na legenda de uma foto onde surge no hospital, dependente de umas muletas, que a matriarca do clã Aveiro confidenciou aquilo sobre o qual nunca falou “abertamente”. 

“Faz hoje um ano que vi a minha vida quase a fugir-me entre os dedos e afortunadamente consegui agarrar-me a uma luz. Luz essa que me puxava para cima, uma luz que teimosamente insistia que aquele era só mais um obstáculo a ser ultrapassado e mais uma história de superação para contar da minha vida. Mais uma entre tantas… Nunca falei abertamente sobre o que aconteceu na verdade, só porque recuperei a quase 100% as pessoas acham que nada aconteceu ou que foi pequeno o susto que dei aos meus filhos e a quem me ama de verdade. Nunca fui de me vitimizar, falo nas minhas histórias de superação com orgulho e não para que sintam pena de mim. Sei que existem milhões de histórias iguais ou piores às minhas, mas cada um sabe da sua dor, não é verdade? Esta foto foi tirada 12 dias depois, já com melhor aspeto”, explica.

“Só me lembro de ver as lágrimas do meu neto e aí gritei”

Leia aqui o testemunho na íntegra:

“Fiquei na cama de um hospital ligada a dezenas de fios e entubada, as horas seguintes ao AVC foram de tortura para os meus, eles não sabiam como eu iria acordar eles não sabiam como seriam os danos, eles estavam com medo de me perder para uma cama de hospital, inválida, sem os reconhecer e com muitas limitações (típico do que me aconteceu). Nunca foi contada em público a gravidade da minha situação naquele momento, os meus filhos viram preocupação na cara da equipa médica, ficaram sem chão muitas horas e dias.

O que passou para fora foi só a superação, foi assim que eu os criei, para se agarrarem aos poucos que a vida lhes estava a dar e falar nisso como uma coisa positiva. Eles agarraram-se ao meu respirar e à minha pulsação e ficaram na fé que eu ia acordar sem sequelas no cérebro e no corpo. Acordei algumas horas depois sem saber o que me aconteceu muito bem. Olhei em frente e vi os meus filhos à volta da minha cama, eu rodeada de máquinas e sem conseguir mexer-me, só me lembro de ver as lágrimas do meu neto (aqueles olhinhos vivos olhavam-me com tanto amor) e aí eu gritei, gritei de confusão na minha cabeça, gritei, chorei muito (foi forte a emoção naquele momento, não teve ninguém naquele lugar que não se emocionasse). Naquele momento pensei que estava quase no fim, horas antes eu tinha ido para a minha cama, dois dos meus filhos moram fora da minha terra, dois deles perto de mim e quando abri os olhos eles os 4 estavam diante de mim, aos meus pés.

Consegui voltar a falar sem embrulhar a língua, consegui movimentar o meu lado esquerdo que tinha ficado parado, consegui passadas três semanas de luta ir para a minha casa e ver todos os meus filhos e netos de braços abertos à minha espera (eu renasci naquele dia). Consegui fazer tudo o que a mãe faz pelos filhos e voltei a ser eu… aquela que eles tanto queriam. Não foi de um dia para o outro, ainda estou na recuperação, mas graças a Deus tudo está no bom caminho.

Foi duro, ainda é, tem dias que me vem à cabeça aquele dia 3 de março. Tem dias que penso no quão pequenos somos diante dos desígnios de Deus, mas Deus sabe de tudo e sabe das nossas forças e por isso estou aqui para voltar e agradecer a quem confiou em mim em quem me deu forças e me permitiu lutar por mim e por eles… Só tenho a agradecer a uma equipa médica fantástica a amigos do coração,a seguidores que sempre procuraram saber de mim e que oraram por mim,aos meus netos e filhos e ao meu companheiro e amigos pois eles são o motivos de estar aqui. E a Deus a oportunidade de poder viver mais uns tempos bons do lado dos meus e contar esta história que me orgulha. Obrigada a todos de coração. Parabéns a mim e a todos os que se identificam com a minha história. Espero ser uma inspiração e fazer com que esta minha mensagem sirva para vos dizer que só o amor e a fé podem salvar o mundo”, remata.

Dolores Aveiro recebeu centenas de ‘gostos’ e de mensagens de apoio na caixa de comentários da publicação do Instagram.

Texto: Joana Dantas Rebelo, Fotos: redes sociais
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