TVI fecha 2019 com queda desastrosa nas audiências. SIC ri-se e festeja liderança

Em 2019, a SIC deu finalmente a volta ao marcador e regressou a uma liderança há muito desejada. Por sua vez, a TVI encerra o ano num declive assombroso. A queda foi de 4,3 pontos percentuais.

31 Dez 2019 | 20:55
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Foi um ano de mudança na televisão portuguesa. E a transformação em muito se deveu à transferência milionária de Cristina Ferreira da TVI para a SIC. Com a malveirense à frente d’O Programa da Cristina, as audiências obtidas no horário das manhãs permitiu (e muito) ao canal de Paço de Arcos alavancar os resultados de praticamente todas as faixas horárias da programação.

Os números não enganam. Com dados contabilizados até ao dia 29 de dezembro, a SIC foi o canal mais visto pelos portugueses em 2019, com uma quota de mercado de 19,1%. Em comparação com o ano anterior, em que fechou com 16,5% de share, a estação da Impresa registou um aumento de 2,6 pontos percentuais. Uma diferença mais do que significativa para um canal que não vislumbrava o primeiro lugar das audiências há mais de uma década.

Em sentido contrário está a TVI, que vê terminar o seu ano negro com uma média anual de 15,6% de quota de mercado, menos 4,3 pontos percentuais (!) do que em 2018, quando terminou o ano a tocar os 20% (19,9%).

A RTP1 mantém-se impávida e serena nesta aguerrida luta pela liderança das audiências, assinalando um quase impercetível aumento de 0,3 pontos percentuais de share (12,2% em 2018 contra 12,5% em 2019). O mesmo trajeto percorreu, à sua escala, a RTP2 (1,4% do ano passado versus 1,5% do presente ano).

O conjunto de canais de televisão por subscrição continua a dominar o panorama televisivo nacional, com uma esmagadora quota de mercado de 37,6%, mais 0,6 pontos percentuais do que no anterior. Também a quota de audiência do visionamento de programas em diferido e streaming registou um ligeiro aumento de 0,7 pontos percentuais, terminando 2019 com 11,8%.

 

TVI também perde no horário nobre

 

No horário nobre, compreendido entre as 20 e as 24 horas, a taça também é entregue à SIC, com 21,6 % de quota de mercado (contra os 20,3% do ano passado). A TVI perdeu o lugar cimeiro naquela que é considerada a principal faixa horária do dia em termos publicitários. Diz adeus a 2019 com 19,0% de share (um número bem menor dos 23,6% que angariou, em média, no ano passado).

Também aqui a liderança do Cabo é expressiva, com 33,0% de quota de mercado (há um ano, tinha 31,7%). Em curva ascendente estão outras forma de visionamento de televisão, com 10,1% de share (contra os 9,3% de 2018).

 

Dia de Natal foi o melhor do ano para a SIC

 

Vamos a outro tipo de contas: os melhores e os piores dias do ano para os três principais canais generalistas. A RTP1 teve o seu melhor dia a 25 de maio, quando transmitiu a final da Taça de Portugal, jogo defrontado entre o Sporting e o FC Porto, que terminou com a vitória do clube de Alvalade. O primeiro canal alcançou 24,6% de share. Valores muito diferentes do pior dia do ano, 2 de junho, no qual a RTP1 não foi além dos 8,3% de share.

Surpresa das surpresas: o melhor dia do ano da SIC foi o dia de Natal. E tal aconteceu não graças às estrelas da estação mas sim aos filmes transmitidos pela estação de Paço de Arcos, como recordamos aqui. A 25 de Dezembro, a SIC registou 22,8% de share. O pior dia para o canal liderado por Daniel Oliveira foi precisamente o melhor para a RTP1: 25 de maio, dia da Taça de Portugal. A SIC não foi além dos 13,9% de share.

Para os lados de Queluz de Baixo, o melhor dia aconteceu logo no início do ano, a 27 de janeiro. Nesse domingo, a TVI liderou com o Jornal das 8 e o talent show Dança com as Estrelas, tendo registado, no total do dia, 21% de share. O pior dia do ano para a TVI aconteceu a 17 de agosto.

 

CMTV lidera no cabo

 

O canal generalista do grupo Cofina fecha o ano com um share médio de 4,1%, tendo sido o mais visto do Cabo. A SIC Notícias é o canal de notícias mais visto, com 1,8% de share, seguido da TVI24 (1,5%) e da RTP3 (0,7%).

 

Texto: Dúlio Silva e Raquel Costa; Fotografias: arquivo Impala e reprodução redes sociais

 

 

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