SIC quer que Cristina Ferreira pague 20 milhões de euros, mas ela quer dar muito menos

Cristina Ferreira quebrou o contrato com a SIC e a estação pôs a apresentadora em tribunal. Saiba como os advogados de ambas as partes estão a calcular o valor da indemnização.

12 Nov 2021 | 11:10
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O processo que opõe Cristina Ferreira à SIC continua a decorrer em tribunal – tendo já sofrido um atraso – mas as duas partes têm visões diferentes em relação à indemnização que a apresentadora tem de pagar à estação de Paço de Arcos por quebra unilateral de contrato, em julho de 2020.

A SIC pede uma indemnização a Cristina Ferreira de mais de 20 milhões de euros, mas a atual diretora de Entretenimento e Ficção da TVI quer pagar apenas pouco mais de dois milhões. A revista Sábado, que teve acesso a informações que constam no processo, revela como foram feitas as contas para que a SIC chegasse a este valor e a razão pela qual a apresentadora quer baixar o valor da indemnização.

Com a saída de Cristina Ferreira, a SIC alega ter perdido várias receitas. De acordo com os documentos a que a mesma publicação teve acesso, a chegada da apresentadora ao canal levou a um “acréscimo da receita anual” na ordem dos 2,75 milhões de euros líquidos em publicidade, e 2,76 milhões a mais em ações comerciais, quando comparado com o ano anterior.

Assim, a sua saída terá feito a SIC perder 6,65 milhões de euros em publicidade (uma média de 229, 4 mil euros por mês) e quase o mesmo em ações comerciais: 6,67 milhões de euros (cerca de 229,97 mil euros mensais). A tudo isto, o canal soma ainda as chamadas de valor acrescentado: depois de retirados os 21 cêntimos pagos às operadoras, perdeu cerca de 11 milhões de euros.

Defesa de Cristina Ferreira faz contas diferentes

A defesa de Cristina Ferreira rebate todos estes valores e aponta razões para isso. Os advogados da apresentadora dizem que a SIC “não perdeu capacidade de explorar” a linha “de rendimento financeiro do programa, sendo que se o faz bem ou mal desde 20/7/2020 a ela é impuntável”.

A defesa afirma também que o programa das manhãs da SIC – agora apresentado por Diana Chaves e João Baião – continuou a ser líder de audiências e que não houve perda de publicidade ou de patrocínios. Diz também que a SIC “continuou a beneficiar de receitas de publicidade de anunciantes/patrocinadores que [Cristina Ferreira] levou consigo”, como a Medicare ou L’Oréal e afirma que, se houve quebras nas receitas, se deve a uma retração do mercado devido à covid-19.

Por tudo isto, os advogados de Cristina Ferreira afirmam que o valor da indemnização que esta terá de pagar à SIC deve ser calculado, tendo apenas por base o salário da apresentadora – 80 mil euros por mês. Ou seja, este valor deve ser multiplicado pelos 29 meses que faltavam até ao final do contrato, o que dá ‘apenas’ 2.320 milhões de euros.

Texto: Patrícia Correia Branco; Fotos: Reprodução redes sociais

 

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