Saiba que famosos foram vítimas de bullying e revelaram as suas histórias

No Dia Mundial de Combate ao Bullying, recordamos alguns famosos que já foram vítimas de bullying. “Eu era um saco de boxe”, revelou José Carlos Malato.

20 Out 2020 | 21:40
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Assinala-se esta terça-feira, dia 20 de outubro, o Dia Mundial de Combate ao Bullying, com o objetivo de alertar a sociedade para o problema. A PSP fez saber que só no ano letivo passado recebeu 1500 queixas de bullying. Mas o problema não acontece apenas em ambiente escolar.

A TV7 Dias recorda alguns dos famosos que já denunciaram a situação com o objetivo de tentar mudar mentalidades.

A atriz Sara Barradas confessou, em entrevista, que foi vítima de bullying na infância, por já trabalhar no mundo da televisão e que isso a marcou muito. “Sempre teve um lado negativo. Os miúdos nestas idades são um bocadinho maldosos. O bullying de que se fala. Alguns miúdos queriam saber, mas outros, só porque eu era das novelas, mandavam umas bocas nos corredores”, explicou.

Também Bárbara Bandeira sofreu quando era ainda muito nova por ter um pai famoso.”Não tenho muitos amigos da escola. Sempre fui muito reservada. Tenho amigos fora da escola, mas na escola sempre fui vista como a filha de alguém. Nunca fui ninguém”, disse. “Era a filha do cantor, depois passou a ser a Bárbara que participou no The Voice ou a Bárbara que agora canta, e isso criou uma implicância das pessoas para mim. Também sempre me vesti de maneira diferente, sempre gostei de brilhos, de batons diferentes…” Um dos episódios mais graves aconteceu quando Bárbara Bandeira estava no quinto ano. “Fizeram uma rodinha, cuspiam-me […] Nunca tive uma infância fácil a nível de bullying na escola”, disse.

Fanny também sofreu, mas por causa das medidas do corpo. “Sempre fui uma rapariga confiante, mas a partir do momento em que o meu corpo/ peso, começou a ser um alvo, perdi a confiança toda que tinha. Fui intitulada de ‘popota’. Isso magoou-me tanto que ainda hoje, só de pensar revolta-me.”

Também Rúben Pacheco Correia, afilhado de Cristina Ferreira, conhece bem a dor de Fanny. “Não me deixo ir abaixo, mas claro que magoa.”

A orientação sexual de José Carlos Malato foi, desde cedo, motivo de bullying por parte dos colegas. “Era uma criança triste, porque, desde cedo, fui habituado a lidar com conceitos que não eram para a minha idade. Tive de lidar com a culpa, o medo, o pecado e o corpo. Também porque percebi cedo que a minha orientação sexual era diferente da dos outros rapazes. De quase todos. E isso era medonho.”

O apresentador era chamado de “paneleiro” e passou por vários momentos de humilhação. “Sim, eu era paneleiro…Sofri muito. Por exemplo, apalpavam-me o rabo no autocarro, quando eu ia para casa, e faziam-me outras patifarias. Enfim, o ‘normal’ para um puto maricas nos anos 70/80”, recordou numa entrevista à TV Guia. “Davam-me belinhas, punham-me na baliza e mandavam-me grandes bujardos para eu gritar… Eu era um saco de boxe. Uma vez empurraram-me do alto de uma escada e parti um braço”, disse à mesma publicação.

Maria João Abreu sofreu já em idade adulta, no trabalho. “Sofri de bullying no teatro, ao ponto de ir parar ao hospital. Foi grave, muito grave. Tive muitos pesadelos. Cheguei a pensar que fosse algo pessoal. Foi-me dito que não, de pessoas que já tinham sido vítimas de bullying da mesma pessoa”, contou. “Quando percebi que essa pessoa era assim, pensei que ela deveria ter um problema. Passei a trabalhar a compaixão dentro de mim e um dia estou num semáforo e essa pessoa passou. Já tinha sentido raiva e de repente passei a sentir compaixão… pena”.

“Acontecia até em cena, no palco. Estilo estar a fazer um casal amoroso e a pessoa em vez de olhar para ti muito apaixonada, olha-te com ódio e cospe-te na cara e aperta-te a mão e empurra-te quando vais entrar em cena. Eu não queria acreditar que aquilo estava a acontecer. Como estavam pessoas mais idosas no elenco fui aguentando, aguentado, até que fui parar ao hospital. Fui parar ao hospital com um ataque de ansiedade”, desabafou.

Fátima Lopes é, hoje em dia, uma das mais conceituadas e reconhecidas apresentadoras de televisão portuguesas. No entanto, viveu dias de verdadeiro terror à mercê de «um chefe bully».

“Sempre que me chamava ao gabinete, eu saía transtornada.  Os gritos ouviam-se cá fora. A imagem física dele não ajudava. Era muito alto, com um ar imponente, nunca sorria e parecia trespassar-me com o olhar. […] Começava sempre com uma pergunta qualquer que, independentemente da minha resposta, era seguida de vários atestados de incompetência e estupidez. Sim, fazia bullying no trabalho (…) Era impossível manter a autoestima com um chefe assim ou melhorar a confiança no nosso trabalho”.

“Perguntava-me todos os dias quanto tempo iria aguentar aquele ambiente, mas a verdade é que estava no início da minha vida conjugal e precisávamos do ordenado dos dois para pagar as contas”, explicou.

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Impala e reprodução redes sociais

 

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