RTP confirma MUDANÇAS NAS TARDES!

O diretor de programas da estação pública de televisão, José Fragoso, confirma à TV 7 Dias mudanças no horário vespertino da RTP1. Novidades serão conhecidas em breve.

12 Fev 2019 | 8:20
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Quando José Fragoso regressou à direção de programas da RTP1, no verão do ano passado, o responsável não teve dúvidas: uma das primeiras medidas a tomar era reformular o day time. «Cheguei em junho e uma das coisas que disse imediatamente foi que fazia sentido mexer nos programas de dia, que estavam há muitos anos a ser feitos com os mesmos cenários, com formatos idênticos», defendeu, em exclusivo, à TV 7 Dias.

Assim fez. O primeiro foco foi o matutino. A Praça da Alegria, com Jorge Gabriel e Sónia Araújo, «tinha uma nova cenografia para estrear em setembro», enquanto nos canais concorrentes se intensificava a curiosidade de saber como iria ser o primeiro programa de Cristina Ferreira na SIC e o renovado Você na TV!, na TVI.

A luta pelas audiências neste horário intensificou-se como há muito não se via. Todavia, Fragoso recusa a ideia de que a RTP1 é um elemento ativo nesta «guerra». «Acho que, quer o programa da manhã da RTP1 quer o da tarde, são programas que se afastam muito dos canais comerciais em termos de conteúdo. Quem vir um e vir os outros percebe que há ali alterações e diferenças muito significativas. Portanto, nós não estamos nessa guerra nesse sentido. Queremos é distribuir bons conteúdos, com novidade, com inovação, com essa capacidade de renovação que é muito importante em televisão», diz-nos.

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Com o talk show das manhãs da estação pública a ser afinado – «continuamos a fazer esse trabalho porque, obviamente, o trabalho em televisão é muito dinâmico», sublinha o diretor -, as atenções concentram-se agora no horário vespertino. «Também estamos a preparar alterações para a tarde», anuncia Fragoso.

Essas alterações envolvem um novo programa, como foi noticiado recentemente, dando conta de que o Agora Nós, com Tânia Ribas de Oliveira e José Pedro Vasconcelos, iria dar lugar a um novo programa apenas com a apresentadora? O responsável fecha-se em copas: «São alterações sobre as quais falaremos mais à frente.»

«Se não houvesse RTP, só havia novelas em Portugal»

 

Ainda em conversa com a TV 7 Dias, o diretor de programas da RTP1 promete que a produção de séries, apesar dos baixos resultados audimétricos, em comparação com os das novelas da SIC e da TVI, é para manter. «É um caminho mais difícil, mas é o caminho que a RTP deve fazer e é por isso que digo que é uma área em que, claramente, a presença da RTP é decisiva. Senão, os atores estariam todos a fazer novelas, os realizadores estariam todos a fazer novelas, as equipas técnicas estariam todas a fazer novelas…», atira. E acrescenta: «Se não houvesse RTP, não havia séries, só havia novelas em Portugal.»

Fragoso refere-se, claro, à televisão generalista. Não é, por isso, que os portugueses não deixam de ter acesso a este género de ficção. Além da televisão por subscrição, Portugal tem disponíveis a Netflix, a Amazon Prime e, desde 11 de fevereiro, a HBO. O número de consumidores de produtos em plataformas de streaming como esta cresce no nosso país a olhos vistos e raros são os formatos em português de Portugal.

Estará nos planos da RTP disponibilizar a sua ficção na Netflix? «O nosso RTP Play é um sistema de distribuição de conteúdos através da rede e já há muitos anos que existe [desde 2012]. Até existe antes de outros [TVI Player, lançada a 3 de junho de 2015]. E lá estão colocados os nossos programas e as nossas séries. O facto de haver mais plataformas é importante porque, quanto mais distribuição e mais formas de distribuir houver, melhor para os produtores, melhor para os criadores. Quanto mais oportunidades houver, melhor. E isso é bom para o espectador. O espectador ganha com isto tudo», reconhece o responsável da televisão pública.

«A preocupação da RTP nunca podem ser as audiências»

 

Referindo-se à produção de séries, José Fragoso não tem dúvidas em afirmar que «o papel da RTP na ficção nacional é decisivo». Mas, para que esse foco se mantenha, a preocupação da empresa é as audiências? O responsável é imediato na resposta: «A preocupação não são as audiências, nunca podem ser as audiências.»

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Então a RTP não se preocupa com as audiências? «Nós preocupamo-nos com as audiências, mas com as audiências dos conteúdos que fazem sentido no serviço público de televisão. Nós sabemos que, à partida, há determinados formatos que conseguem mais audiência do que outros. Mas é evidente que há caminhos que nós não trilhamos. A RTP tem obrigações, obviamente, mas também tem noção da qualidade, da necessidade de manter um perfil familiar nos seus conteúdos», remata.

Saiba TUDO sobre os três novos programas da RTP1 clicando aqui.

 

Texto: Dúlio Silva | Fotografias: Paula Alveno e reprodução redes sociais
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