Querido, há burla: Programa “Querido Mudei a Casa” da TVI usado para crime

Uma empresa de remodelação de casas terá utilizado impropriamente o nome do programa “Querido, Mudei a Casa” para atrair cliente e burlá-los. Após queixas-crime, os casos deram entrada em tribunal.

24 Out 2022 | 14:50
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O programa “Querido, Mudei a Casa” viu o seu nome e logótipo usados por uma empresa de obras de remodelação de casas em Lisboa para atrair clientes e alegadamente burlá-los. Em causa estão as obras inacabadas e as casas que ficaram “ao abandono” no final do ano passado, apesar dos pagamentos terem sido todos feitos. As queixas-crime contra o proprietário de “Questão de Harmonia” deram entrada no tribunal e, segundo a CNN Portugal, encontram-se neste momento “em investigação do Ministério Público”.

Segundo a CNN Portugal, um dos testemunhos, de 46 anos, disse ter sido burlado em mais de 88.000 euros numa obra de remodelação de uma moradia. Por sua vez, outro cliente, de 50, também contou ao canal informativo ter sido enganado pela mesma empresa depois de ter pagado mais de 15.000 euros para uma obra de um apartamento, que, mais uma vez, ficou inacabada. E ainda há mais testemunhos.

Mas qual era o modus operandi? Primeiro, os clientes metiam anúncios no site Habitíssimo, “uma plataforma com informações sobre profissionais e empresas de remodelações de casas”. Estes últimos acabavam por serem contactados pelo gerente que se apresentava como parceiro do “Querido, Mudei a Casa”. Depois, a empresa visitava as respetivas casas, e, de seguida, apresentava orçamentos, evidenciando diversas marcas – como Grupo Grilo, LifePresso, Inbiz, Grupo Grilo Brasil e Amberroad.

Contudo, de acordo com a CNN Portugal, a MELOM Portugal, que faz a gestão do franchising da “Querido, Mudei a Casa”, frisou que “nunca foi autorizada” o uso da marca e vai avançar com um processo para apurar o “potencial uso ilegal da marca”.

“Querido, Mudei a Casa” já reagiu

Em comunicado, o formato “Querido, Mudei a Casa”, em exibição na TVI Ficção, explicou que “a empresa em questão nunca foi autorizada a usar a marca, sendo qualquer utilização da mesma abusiva”. “A empresa iniciou um processo de franchising da nossa marca, mas por falta de apresentação da documentação obrigatória para integrar a rede, não ficou habilitada à utilização da marca ou à comercialização de serviços sob a insígnia Querido Mudei a Casa”, cita a CNN Portugal.

“Tendo tido conhecimento de casos de potencial utilização abusiva da marca, os serviços jurídicos do Querido Mudei a Casa iniciaram diligências, que usarão todos os recursos legais à disposição para impedir o potencial uso ilegal da marca ou ações judiciais, caso as mesmas se confirmem”, pode ler-se ainda na mesma nota.

Texto: Carolina Sousa; Fotos: Divulgação TVI e Redes Sociais

 

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