Queer Eye faz sucesso no mundo! E se o Esquadrão G voltasse a Portugal?

O programa Esquadrão G foi adaptado, em 2005, do formato norte-americano Queer Eye for the Straight Guy. Atualmente, o formato estrangeiro é um sucesso no mundo.

30 Abr 2019 | 8:50
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Na série da Netflix Queer Eye, cinco homens homossexuais juntam-se para fazer uma mudança radical a quem mais precisa. Tudo lhes é permitido e os especialistas abordam o campo da moda, gastronomia, cultura, visual e decoração de casa. A primeira temporada do formato foi lançada em 2003, com o nome de Queer Eye for the Straight Guy, ainda no canal Bravo, e regressou, agora na Netflix, com o nome Queer Eye, a 1 de fevereiro de 2018.

Veja o trailer aqui:

Este conceito não é estranho aos portugueses, uma vez que, em 2005, foi adaptado pela SIC, ganhando o nome Esquadrão G, inspirado no formato norte-americano. Na versão portuguesa, os cinco fabulosos eram Pedro Crispim, na área de cultura e lazer, Paulo Piteira, na decoração, João Ribeiro, na moda, Óscar Reis, na imagem, e Jorge Correia de Campos, na área gourmet.

O formato foi lançado sob a direção de Manuel Fonseca e só não foi renovado na sequência da entrada de Francisco Penim para a liderança da programação. «Entrámos com o Manuel Fonseca e a meio apareceu o Penim , que a única coisa que fez de engraçado foi a Floribella. De resto, tudo o que tinha vindo de outra direção ele quis terminar», assegura, em exclusivo, Óscar Reis.

Sobre a possibilidade de um regresso ao pequeno ecrã, Pedro Crispim garante: «Acredito que, atualmente, existisse uma maior abertura e, por isso, não tinha tanto interesse. As coisas têm todas um timing e, em televisão, as coisas passam todas por uma fase, que fazem sentido se forem disruptivas e acrescentarem algo de novo. Agora é um tema tão falado. que não acrescentaria nada de novo.»

 

«Ser gay é quase como ‘vou ali à padaria comprar pão’»

O stylist recordou a altura em que o programa foi para o ar e revela que até ameaças recebeu. «Quando fizemos o programa em 2005, até manifestações houve no Marquês de Pombal. Uma série de associações mais conservadoras foram completamente contra e enviaram desde abaixo assinados a ameaças. Acho que abanou a sociedade na altura certa. Hoje em dia, ser gay é quase como ‘vou ali à padaria comprar pão’. E ainda bem, atenção!», continua Crispim.
E acrescenta: «Acho que é um não tema neste momento, já estamos noutro patamar. Já se começam a falar de outros temas e de outras variações na sexualidade. O ser gay passou de moda.»
Já Óscar Reis considera que «tanto na altura como agora» o formato faz sentido. «Quando o programa estreou as pessoas perceberam que ninguém ia mudar a sexualidade de ninguém. Hoje em dia, ia ser tudo diferente. As redes sociais iam ajudar mais. Tinha que ser reestruturado de uma outra forma», explica, assumindo que nunca entendeu o motivo de o programa ter sido retirado do ar. 

«Melhor programa deste ano»

No formato americano, os anfitriões são Antoni Porowski, Jonathan Van Ness, Karamo Brown, Tan France Bobby Berk. A terceira temporada estreou-se no dia 15 de março e tem conquistado os telespectadores pela visão positiva e sentido de ajuda que está presente em todos os episódios.
Apesar de, na sua génese, a série ter como objetivo apenas a mudança exterior, aborda temas bem mais profundos. Amor, compreensão, aceitação dos outros e de si mesmo, auto-confiança são apenas alguns dos ‘truques’ que o quinteto tenta transmitir em cada episódio.
«Queer Eye é definitivamente o melhor programa deste ano [2018] e um dos mais importantes em muito tempo. Na realidade, é sobre masculinidade e os problemas que causa e parece-me que, neste momento, não há um assunto mais importante do que este no nosso planeta», publicou o The Guardian, na altura do lançamento da série.
No Twitter, a terceira temporada da série da Netflix tem sido um dos assuntos mais comentados e os elogios são muitos.
«Porque é que ninguém me ama tanto como os Queer Eye se amam uns aos outros», «alguém me indique para o Queer Eye, por favor», «estou com um amigo a beber, enquanto vejo o programa pela primeira vez. Preciso deste amor e autenticidade na minha vida», «sempre que vejo o programa digo que não vou chorar» e «comecei a ver o programa e estou obcecada», lê-se.

 

 

Texto: Sílvia Abreu| Fotos: Divulgação

 

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