“Quando não tiver energia tomo viagra”: Quim Barreiros entra em novela da TVI

Mesmo com a agenda cheia, Quim Barreiros conseguiu arranjar um tempinho para fazer uma participação especial na novela “Festa é Festa”, da TVI. Veja as imagens!

17 Mai 2022 | 19:30
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Homem da música e dos palcos, Quim Barreiros experimentou representar. O artista, de 74 anos, fez uma participação especial na novela “Festa é Festa”, da TVI, tendo a oportunidade de contracenar com Maria Rueff (sua grande fã) e Maria do Céu Guerra.

Apesar das apenas duas horas de sono, dado que na noite anterior tinha estado em palco, em Braga, Quim Barreiros confessou não estar nervoso com a experiência e deu o “seu melhor”. “Cada macaco no seu galho. Nunca fui homem de teatro, nem de novelas. Eu sou um músico, cantador e é ali é que me sinto bem”, frisa, no entanto.

Na história de “Festa é Festa”, Maria Rueff dá vida a uma personagem apaixonada por Quim Barreiros. Na vida real, a atriz e humorista é verdadeiramente fã do trabalho do músico. “Uma vez pediu-me em namoro, mas não digam nada”, brinca Quim Barreiros, com o bom humor que lhe é característico. “(A Maria Rueff) já me disse que é minha fã há muitos anos. Desde os programas do Herman que trabalhamos os dois… é uma velha amiga. Ela é que é a profissional do que vamos fazer não sou eu”.

Já Maria Rueff admite que a admiração que tem na vida real por Quim Barreiros ajudou muito na dinâmica das gravações. “Isto é verdadeiramente só transmitir o que me vai na alma… o Quim Barreiros é a representação da alegria do povo português. Todos os comediantes vão beber à sua maneira peculiar, mas elegante. Ele tem essa herança do povo Português. A música tradicional portuguesa tem essa malandrice… insinuar não é dizer, faz diferença!”, atira.

“Sou absolutamente fã do Quim há muitos anos. O Quim Barreiros tinha quase sempre a gentileza de lançar as músicas dele no Herman SIC. Todos nós temos um profundo respeito por ele e ele também pelo nosso trabalho. Essa generosidade dele, de não se importar que se brinque, que eu represente uma fã quando ele tem milhares, é muito gratificante e comovente. No me caso, estou muito grata”, garante Maria Rueff.

“Ele é muito divertido, é muito educado, elegante. Qualquer um que tenha já visto um concerto do Quim Barreiros… é de um rigor enorme. O sucesso só se consegue com um profundo trabalho e muito rigor. Ele chega a fazer, por exemplo nos verões ou nas queimas, quatro, cinco, seis espectáculos”, elogia. “Veio de Braga e está aqui a cumprir. É de uma generosidade sem nome”, frisa Rueff, dizendo, mais uma vez, que o admira. “Portou-se muito bem e é difícil. Uma pessoa que tem a criatividade que ele tem, é um homem que improvisa, que tem horas e horas de palco, horas de públicos difíceis… Tomara nós ter a tarimba que ele tem”, finaliza.

Quim Barreiros com a agenda cheia de trabalho: “Quando não tiver energia tomo Viagra!”

“Estou com muito trabalho, muitos espetáculos”, explica o músico, contando que tem a agenda cheia até ao verão. “Se melhorar estraga! Devo ter marcados até agosto uma volta de 120 (concertos). Por vezes há dois por dia”, diz, não perdendo a oportunidade de fazer uma brincadeira com a agenda cheia: “Quando não tiver energia tomo Viagra!”.

Após um período de pausa forçada, devido à pandemia de covid-19, Quim vive um ritmo intenso de trabalho. “Motivação há, agora vamos ver a máquina… porque uma máquina que esteja parada dois anos e depois aparece-lhe esta avalanche de espectáculos… as próprias letras para irem outra vez não é fácil e até nos custa um bocadinho. Mas para já está muito bem. Já fizemos bastantes semanas académicas. (Hoje) Vim de Braga. Estou aqui com duas horas de sono”, explica Quim Barreiros, admitindo que a falta de descanso o “prejudica”. “É a nossa vida. Comecei nisto desde os nove anos. Toda a vida a fazer espectáculos, não só aqui como no Mundo todo”.

O cancelamento de todos os concertos devido à pandemia deixou-o deprimido. “Fazia 200 e tal festas por ano e depois de um momento para o outro vai tudo por água a baixo. Voltar para casa, é um bocado deprimente”, admite.

Na mesma altura em que ficou sem trabalho, Quim Barreiros sofreu um abalo com a morte do pai (em abril de 2021). Apesar das dificuldades, o músico não baixou os braços. “Foi tudo junto. Mas temos de andar para a frente. Eu sou um homem que vai para a frente, eu esqueço-me de tudo o que está para trás. ‘É para fazer: Vamos fazer!’ Também tenho sete homens comigo, tenho de os incentivar, eles também têm os seus problemas. ‘Alto! Vamos embora, temos de ir!’”.

Enquanto Portugal vivia confinado, Quim Barreiros aproveitou para ser criativo. “Fiz muita música durante a pandemia. Qualquer artista português grava, grava, mas ninguém ouve, porque as rádios continuam sem tocar, sem divulgar. Quando vamos às televisões pedem sempre para tocar as antigas. Não há divulgação, chegamos ao ponto de os escritores portugueses escreverem livros e ninguém os lê. Raros são aqueles que são lidos” lamenta.

“Eu tenho um público que está à espera do ‘Cheirar o bacalhau’, da ‘Chupa Teresa’, da ‘Cabritinha’, da ‘Garagem da vizinha’. Se eu tirar uma destas para colocar uma das outras eles fazem para lá um barulho…”

No ano passado, Quim Barreiros lançou um álbum novo, o Hino da Amizade, mas tem mais temas guardados que criou durante a pandemia. “Fiz 35 músicas novas. Fiz o Hino da Amizade e tenho agora mais músicas em estoque para sair. Mas para já não tenho pressa. Dá para fazer três discos”, finaliza.

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Helena Morais

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