Nuno Rogeiro recorda atropelamento brutal do filho: «Ficou com a cabeça feita num bolo»

O filho de Nuno Rogeiro foi brutalmente atropelado por um carro, na passadeira, em fevereiro. O comentador da SIC relata o pesadelo que viveu com o filho de 25 anos.

08 Mai 2020 | 13:13
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Nuno Rogeiro viveu o pior pesadelo para um pai: o filho de apenas 25 anos foi atropelado e ficou entre a vida e a morte. A tragédia aconteceu em fevereiro de 2020, quando o filho, António, circulava numa passagem para peões na Avenida das Forças Armadas, em Lisboa, tendo sido brutalmente atropelado por um veículo em excesso de velocidade.

Quase três meses depois, o comentador político da SIC foi ao Programa da Cristina e trouxe boas notícias. O filho encontra-se a recuperar a um bom ritmo: «Felizmente esta quase recuperado. Ontem estava, pela primeira vez, sem muletas. Ainda tem um longo período de recuperação, vai ter de andar de muletas durante algum tempo». Mais aliviado, Nuno Rogeiro relembrou a noite em que o pior aconteceu. «Foi uma noite que vai ficar para a historia , fez-me mudar um bocado a perspectiva de tudo (…) teres uma pessoa que é tudo para ti e de repente desaparece ou corre o risco de desaparecer…», começa por dizer.

Mãe e irmã de António passaram pelo acidente

Em conversa com Cristina Ferreira, revelou que a mulher e mãe do filho, Daniela, passou pelo acidente nessa noite. Enquanto Nuno Rogeiro estava em casa a preparar o jantar, onde iria estar o filho, a companheira foi buscar a filha mais nova, Cristina, à Universidade Católica quando passou por um grande aparato no meio da estrada. «Estávamos à espera do António para jantar. A Daniela e a minha filha viram uma grande confusão (…) Viram uma pessoa ao longe no chão, inanimada. Voltaram para casa e disseram que era uma coisa horrível, porque a pessoa não se mexia e pensaram: ‘coitado, está morto’».

Meia hora mais tarde, o telefone tocou e foi aí que receberam a pior notícia e foi Daniela que atendeu a chamada. «Ouvi a voz trémula dela, mas sempre firme e realmente era a notícia que nós não gostávamos de ter tido.

António foi levado para o hospital de Santa Maria, onde teve de ser cosido. «A primeira pessoa a vê-lo foi a Daniela, ainda ele estava a ser cosido. Ficou com a cabeça feita num bolo. Não vou contar quantos fragmentos de vidro tinha, porque foi a três metros e caiu outra vez sobre o carro, partiu a parte do pára-brisas e perdeu um litro de sangue», refere.

O filho deu entrada com as duas pernas fraturadas, bem como uma das mãos, e com a «cabeça feita num bolo», realça o pai. Devido à urgência da situação clínica, teve de ser transferido para outro hospital e os pais tiveram de escolher outra unidade em apenas 24 horas. «Tinha de ser operado à perna para não ficar deficiente toda a vida». 

«Gostava de ter sido eu atropelado em vez do António»

Na altura, todas as possibilidades estavam sobre a mesa, incluindo a hipótese de não voltar a caminhar. Contudo, a coragem e força de viver de António fizeram com que a recuperação fosse bem sucedida. «Disseram que iria voltar à normalidade, mas puseram lhe uma cavilha de metal dentro da perna». 

Nuno Rogeiro não esconde que existe um enorme sentimento de «injustiça» no meio de tudo isto, mas prefere não fazer juízos de valor. O rosto da SIC revela que chegou a receber uma chamada da pessoa que atropelou o filho e relembra a conversa, que descreve como «estranha», «curta» e «seca». «Começou por me dizer que tinha também perdido um filho num acidente. Não sei com que sentido isso me foi dito, mas isso só faz com que se tenha mais consciência. Só sei que ele interrompeu a vida normal de um miúdo que tinha como consciência servir o país».

«Gostava de ter sido eu atropelado em vez do António. Tive pena de não ter sido eu . Não me parecia justo na altura que um miúdo de 25 anos, que está a começar a vida, acabasse de repente assim», acrescenta.

Texto: Inês Borges/ Fotos: DR e Arquivo Impala

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