NUNO RAMOS nega perdão A BURLONA DO FACEBOOK!

Nuno Ramos comoveu o país ao deixar-se embrenhar num enredo fraudulento. Refeito do choque, o fotógrafo garante que não há espaço para o perdão.

02 Fev 2019 | 12:15
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É com um rotundo «não» que Nuno Ramos, o homem que deixou o país agarrado aos ecrãs da SIC durante três dias, responde à dúvida: perdoará alguma vez a autora do enredo que o levou quase à loucura?

Depois de ter sido enganado através de um esquema fraudulento no Facebook, Nuno Ramos decidiu tornar público aquele foi o maior pesadelo da sua vida. Assim, aceitou protagonizar A Rede, uma reportagem especial conduzida por Conceição Lino que visa mostrar os potenciais perigos das redes sociais.

 

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Durante três dias, o país parou para assistir aos contornos de uma história que poderia muito bem ser fictícia. Mas não é. Não foi… E Nuno Ramos foi o principal alvo de um enredo inacreditável.

Concluídos os três episódios, Nuno Ramos sentou-se à conversa com Clara de Sousa e Rodrigo Guedes de Carvalho no Jornal da Noite, esta sexta-feira, dia 1 de fevereiro.

 

«Deixei-me ir»

 

Três dias depois de ter dado a conhecer na primeira pessoa a história que o traumatizou, Nuno Ramos refere que a vida «tem sido um pouco atribulada». «Com muitas mensagens, muitos telefonemas de pessoas que não conheciam o meu caso e de amigos… dando-me sempre os parabéns pela peça que foi feita e pelo meu testemunho, por ter dado a cara», expõe.

Clara de Sousa questionou se não teria sido mais fácil manter a história escondida e o fotógrafo conta que, na verdade, hesitou. «Foi uma dúvida que eu tinha, quando fui contactado pela equipa da SIC. Ainda estava a reconstruir a minha vida e achei que não era ainda o timing, mas pus na balança e achei que sim, que iria dar a cara e que iria contar o que se passou comigo», esclarece, dando conta da decisão final.

 

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Mas uma pergunta persiste e não sai da cabeça dos portugueses: como é que Nuno foi cair neste esquema ardiloso? «Eu sou uma pessoa igual às outras, qualquer pessoa pode cair nesta rede, nesta teia. Acho que fui escolhido por alguns critérios e deixei-me ir, fui levado…», admite, incapaz de concluir o discurso.

 

«Todos nós passamos por altos e baixos»

 

O fotógrafo aponta a fragilidade emocional como o grande ponto fraco, aquele que, provavelmente, o empurrou para A Rede. «Todos nós passamos por fases de altos e baixos e estamos mais suscetíveis a uma abordagem mais carinhosa, a uma atenção… Se calhar, pode ter começado por aí. Houve uma ligação bastante grande e, a partir, daí a tal rede foi construída», justifica.

Conceição Lino explica por que foi importante estar pessoalmente com a mulher que criou todo o enredo. Ao chegar até ela, a jornalista refere que, como seria de esperar, encontrou uma pessoa cheia de incongruências. «Foi uma conversa muito estranha. Foi uma conversa de alguém que, aparentemente, não estranhou que eu a abordasse, porque a abordei sem hora marcada, e houve uns silêncios muito grandes…», começa por contextualizar, admitindo que sentiu sempre «necessidade de cobrir aqueles silêncios».

Respostas pouco preparadas que Conceição Lino entendeu estarem pouco estudadas. Por isso, considera que o comportamento da entrevistada se deve ao facto de esta sentir «necessidade de compor uma resposta. Portanto, há aquela pausa: ‘como é que eu vou responder para isto correr bem», exemplificou.

«Mas houve uma variação. Eu percebi, naquele pouco tempo em que estive com aquela pessoa que, por um lado, quis impor as suas condições e eu perguntei por que sentia essa necessidade… E aí, mais uma carga de silêncios sem resposta. No final, estas palavras que ouvimos ontem ‘lamento, lamento’, mas nunca diz: lamento isto’. Foi uma conversa muito estranha. A firmeza de impor condições, mas quase, ao mesmo tempo, uma súplica de eu não quero falar sobre isto, mas sem palavras. Foi uma conversa muito estranha», sintetiza, voltando a sublinhar que o encontro foi constrangedor.

«Ela fez muito mal, não só a mim, a todas as pessoas intervenientes»

 

Nuno, ao assistir à reportagem, não se deixou iludir com as lamentações de «Sofia»… «Senti da mesma forma que senti o pedido de desculpa», relembra. «A primeira coisa que ela me disse no pedido de desculpas foi: ‘eu sei que nunca me vais perdoar’ e eu estava certo nisso, eu sabia que nunca iria perdoar.»

Questionado sobre o futuro, Nuno volta a demarcar a sua posição e à pergunta «Nunca vai perdoar?», a resposta é clara. «Não, não acho que não. Ela fez muito mal, não só a mim, a todas as pessoas intervenientes e foi uma maldade mesmo… Foi má, foi mesmo, não há explicação.», afirma.

Centenas de comentários nas redes sociais não terão resposta

 

Depois de a reportagem ter sido divulgada, depressa as redes sociais de Nuno se encheram de mensagens. Para já, o fotógrafo garante que as solicitações não terão resposta, uma vez que ainda está a digerir tudo o que lhe aconteceu.

As pessoas podem até estar muito bem intencionadas como eu vejo algumas pessoas». Ainda assim, a lição surtiu efeito e não aceita pedidos de amizade de quem não conhece. «Acho estranho não conseguir dar resposta às pessoas… Não consigo e também não sei de que forma é que irei dar resposta», adianta, justificando a ausência de interação com quem não conhece.

 

Texto: Tânia Cabral; Fotos: Facebook
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