“Não tenho nada a que me agarrar”: Viúva de Camilo de Oliveira vive drama do desemprego

Sem projetos, Paula Marcelo lamenta a falta de apoios do Estado e de oportunidades na televisão. Leia a entrevista completa à ex-companheira de Camilo de Oliveira.

02 Abr 2021 | 12:30
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Paula Marcelo casou-se há um ano e meio com Jorge Lopes e não esconde a felicidade da sua vida pessoal. Já o lado profissional ficou virado do avesso com a chegada da COVID-19. Sem projetos, lamenta, em entrevista dada à revista Nova Gente, a falta de apoios do Estado e de oportunidades na televisão.

Como é que está a sua situação em termos de trabalho? Fazia muito teatro e os teatros estão fechados…

Pois. Nós estreámos uma peça no dia 7 de janeiro e iríamos ficar até 14 de fevereiro. Mas, entretanto, parou. Parámos e não voltámos. Nem há perspetivas de regresso.

Contando com o primeiro confinamento, pode dizer-se, então, que a Paula está sem trabalhar há praticamente um ano.

Sim. Trabalhava uma semana de vez em quando, quando abriam um bocadinho as portas… Trabalhávamos às sextas e aos sábados, depois só às sextas, até que findou. E trabalhar um dia por semana, e à bilheteira, ainda por cima, não é nada. Mesmo com os teatros a funcionar, muitas pessoas tinham receio de ir ver espetáculos.

Sentia as salas mais vazias?

Não notávamos isso. Tivemos todos os cuidados, cumpríamos todas as regras, e estava a subir em termos de público. As pessoas cumpriam.

O seu marido também está ligado ao espetáculo?

Não.

Para já, não tem perspetivas para voltar a trabalhar?

Nada.

Sendo atriz há tantos anos, porque é que não faz televisão? Uma novela, por exemplo…

Não sei. É uma coisa que eu me questiono.

Mas gostava?

Eu sou atriz. Gosto muito de teatro, mas, como é óbvio, a televisão dá-nos outra visibilidade e um ordenado que o teatro não dá. Por isso, claro que gostava. Fiz um casting há uns dois anos, mas não fiquei. Disseram que gostaram muito, mas que ficava para a próxima.

Porque acha que não é escolhida?

Não sei. Houve uma altura em que pensei que a minha imagem estava um bocadinho desgastada por causa dos “Malucos do Riso”. As pessoas diziam que eu estava muito colada a esse projeto. Mas os “Malucos do Riso” já acabaram há tantos anos… Por isso, não sei a que é que eu estou colada. Olhe, estou colada ao desemprego [risos].

Como é que isso a faz sentir?

Não tenho nenhum estado de espírito em relação a isso. Se eu não faço uma coisa, faço outra. Agora não, porque não posso, claro. Está tudo fechado e não tenho nada a que me agarrar. Mas, normalmente, não sou de baixar os braços. Já fiz um bocadinho de tudo e não tenho medo de fazer absolutamente nada. E tenho mandado currículos para vários sítios.

Mas está à procura de trabalho, mesmo que não seja como atriz?

Sim, sim. Mas não é fácil, também há o outro lado. “Ah e tal, como é atriz, não precisa”, ou então: “É atriz, não sabe fazer isto.” Mas nós adaptamo-nos a tudo.

Já concorreu a que tipo de trabalhos?

Ainda há pouco tempo para uma escola, em Lisboa. Também mandei um currículo para o Leroy Merlin, e estou sempre a ver nos sites das câmaras municipais ou das juntas de freguesia perto da zona onde moro.

Teve alguma resposta?

Não. Entretanto, entrámos em confinamento e pronto… Ninguém está a contratar ninguém.

Leia a entrevista completa aqui.

Texto: Patrícia Correia Branco

(Entrevista originalmente publicada na revista nº 2320, de 11 a 17 de março, da Nova Gente)

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