Maria Cavaco Silva, de 80 anos, foi a convidada deste sábado, dia 17 de novembro, no programa Conta-me como és, da TVI. Numa entrevista intimista, a antiga primeira-dama falou sobre a infância e a exposição mediática na idade adulta.
A mulher de Aníbal Cavaco Silva recordou as memórias traumáticas que originam a mulher que é hoje. Com um início de vida marcante, a ex-primeira-dama referiu que foi um acaso ter nascido e , por isso, refere que a vida é um «dom». Quando estava para nascer, a mãe, Adelina de Jesus Pincho estava doente e o pai, Francisco dos Santos da Silva foi obrigado a escolher entre a vida da filha ou da mulher.
«A minha mãe estava doente. E ele [o pai] foi-lhe dito para escolher entre a mãe e a filha», começou por contar a Fátima Lopes, revelando que o pai acabou por escolher a progenitora. No entanto, as coisas saíram ao contrário. «Eu era uma bebé inviável».
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Até ao dia em que começou a ler a infância foi muito solitária. «Estava muito sozinha. Vivia só com adultos. Sentia-me uma menina sozinha… até que aprendi a ler», disse. Um gosto que deu origem ao sonho de ser professora de literatura.
Maria Cavaco Silva saiu de Belém há mais de dois anos e meio, deixando para trás uma vida pública de quase 40 anos. Lutadora e dedicada, a mulher do ex-presidente confessou ser uma mulher de causas apesar de, em criança, ninguém achar que viria a ser alguém na vida: «ninguém dava nada por mim e olhe o que saiu», começou por dizer, realçando que quer aprender até ao fim da vida: «Eu quero aprender até ao fim a importância da diferença», acrescentou.
Como Primeira-Dama revolucionou os pensamentos sobre os desafios que as famílias e os jovens enfrentam no mundo atual.
«Tinha memorias muito traumáticas. A maneira como as pessoas travavam os deficientes. As pessoas tinham vergonha, pensavam que era uma espécie de castigo e acho que consegui [mudar as mentalidades]», referiu.
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«Eterno namorado»
Apesar de socialmente reservado, Aníbal Cavaco Silva também consegue ser um homem romântico. Maria Cavaco Silva confessou que o marido é o seu «eterno namorado» e ainda hoje recebe declarações de amor. «A última fiquei completamente admirada. Foi uma declaração de com números. Originalíssimo», disse.
«Sou uma mulher amada e muito bem amada», frisou Maria Cavaco Silva, acrescentando que, em 55 anos de casada com o marido, continua a ser «o amor de uma vida». «Eu não estou interessada em ser a primeira dama, segunda ou terceira, o que me interessa é ser a única», rematou.
Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: Arquivo Impala