EXCLUSIVO! Marcos Pinto fechado com filhas em casa: «Está a ser Dia do Pai desde sábado»

No Dia do Pai, o jornalista explica como têm sido os dias em que está com as filhas em isolamento profilático e sublinha que este momento deve ser encarado com positivismo: «Devemos ressignificar.»

19 Mar 2020 | 10:30
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Em quarentena voluntária há seis dias, Marcos Pinto celebra, esta quinta-feira, 19 de março, o mais diferente de todos os Dias do Pai. É em casa com as filhas que o jornalista, de 40 anos, tem estado desde sábado e, em conversa com TV 7 Dias, o rosto da TVI conta os desafios que a pandemia da Covid-19 lhe têm trazido enquanto pai, olhando sempre para os factos com o positivismo que lhes é possível oferecer.

«Não devemos ocultar a realidade das crianças. Devemos é ser pedagógicos. Para já, não há necessidade de contar tudo. Esta quarta-feira, por exemplo, a Matilde dizia-me que já tinha saudades de ir à rua, apanhar ar fresco. Mas ela disse que percebia e que tinha de ficar em casa até a situação não melhorar», partilha Marcos Pinto, referindo-se à primogénita, de sete anos.

Foi também ela que, ouvindo conceitos como «coronavírus», «governo» e «estado de emergência», instigou ao pai as explicações necessárias. Também Madalena, de cinco anos, se tem mostrado atenta à realidade que a circunda. «As minhas filhas têm-me perguntado várias coisas. Há noções novas que elas vão assimilando. As crianças têm a necessidade de assimilar conhecimento», acredita.

Os últimos seis dias têm sido «pacíficos», com as duas crianças «muito tranquilas e a perceberem que têm de ficar em casa». Mas há uma rotina a ser cumprida. «Estabelecemos todas as noites, antes de nos deitarmos, o que vamos fazer no dia a seguir. Fazer trabalhos de casa, brincar, fazer ginástica… Haja originalidade», brinca.

 

 

Ora, foi mesmo uma aula de ginástica ministrada por Matilde que o jornalista dividiu com aqueles que o seguem nas redes sociais. «A aula de ginástica faz parte da rotina diária daqui de casa. Elas gostam muito de vídeos – afinal, pertencem à geração online – e achei que era bom», começa por referir o profissional da TVI, ele que já no dia anterior tinha promovido uma aula improvisada com as duas filhas.

 

 

Os vídeos funcionam como «uma boa resposta» ao momento que estão a viver. «A ideia foi mostrarmos o que estamos a fazer em casa. O globo é um material didático de que elas gostam. Achei que seria divertido passar uma mensagem gira. O fundamental, para nós mesmo arrepiarmos caminho e não estimularmos esse medo nas crianças, é contar o que está a acontecer às crianças, com alguns filtros, claro», continua.

E vai esta iniciativa continuar? «Acho que vamos ficar por ai. Não tenho originalidade para mais vídeos», ri-se, para depois confidenciar: «Gravámos vários vídeos. Não é à primeira. Há sempre momentos de diversão. Depois, fazemos uma votação para saber qual vai ser publicado.»

 

«Devemos ressignificar. Esta é a mensagem»

 

Quanto ao Dia do Pai, Marcos Pinto revela não haver qualquer plano. «O plano é estarmos em casa, estabelecermos um plano diário e fazermos o que temos feito de forma entusiasmada. E aqui entra o exercício de ressiginificar: numa situação normal, eu não passaria este dia com as minhas filhas. Estaria a trabalhar e elas na escola… Agora já ressignifiquei: é um privilégio estar com elas um dia inteiro. Para mim, está a ser Dia do Pai para mim desde sábado», explana à TV 7 Dias.

E continua: «Passar 24 horas com elas é uma bênção. Que esta seja uma mensagem forte para todos nós: darmos mais tempo aos nossos filhos e darmos primazia às relações diretas e pessoais. Devemos ressignificar. Esta é a mensagem. Pegar nesta realidade e tirar o lado bom desta história.»

 

De volta à TVI na próxima semana

 

Os consecutivos Dias do Pai deverão terminar em breve, com o jornalista a ser recrutado para integrar a estrita equipa de profissionais que assegura a Informação da TVI: «À partida, voltarei na próxima semana. Nessa altura, as minhas filhas ficarão com a mãe.»

E Marcos Pinto não esconde a vontade de voltar profissionalmente à ação, embora tenha plena consciência de que a sua «função principal é ser pai e cuidar das filhas». «Há aqui também o jornalista que tem uma enorme vontade de trabalhar. Os portugueses precisam de nós, jornalistas. Tenho uma enorme vontade de ir trabalhar, mas sei que os meus colegas que lá estão estão a fazer um trabalho extraordinário», remata.

 

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Texto: Dúlio Silva; Fotografias: Arquivo Impala e reprodução redes sociais

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