Manuel Luís Goucha e Filomena Cautela encerram guerra com beijo na boca!

Manuel Luís Goucha e Filomena Cautela colocaram um fim ao desentendimento que começou há 10 anos. O apresentador explica os contornos da batalha judicial.

28 Jun 2019 | 11:10
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Dez anos depois de ter processado o 5 para a Meia-Noite, então transmitido na RTP2, Manuel Luís Goucha aceitou o desafio e esteve como convidado, esta quinta-feira, 27 de junho, no formato da RTP1 apresentado por Filomena Cautela e Inês Lopes Gonçalves.

Naquela que foi a emissão que assinalou uma década do talk show – que faz assim uma pausa de verão, estando por definir o seu regresso -, o anfitrião das manhãs da TVI falou da batalha legal que o opôs a Cautela, de Cristina Ferreira, de adoção, de homossexualidade…

O desentendimento entre Goucha e Cautela começou em 2009, quando a segunda fazia um quiz a João Manzarra. Este tinha de escolher «a apresentadora do ano» e o nome de Manuel Luís encontrava-se entre as opções. Uma piada «má», assumiu agora a profissional do canal estatal, que levou o colega da estação de Queluz de Baixo a processá-la. «Naquela altura achei ofensivo. Hoje, não moveria qualquer processo», assumiu o companheiro de Maria Cerqueira Gomes.

«Perdi na primeira instância, recorri e aí aconteceu algo grave e que anulou a piada de gosto duvidoso. O acórdão da relação de uma juíza dizia que o Manuel Luís Goucha pode ser chamado de ‘apresentadora’ porque usa cores na sua roupa do universo feminino e faz programas da manhã para um público maioritariamente de mulheres. Com isto é que eu não posso compactuar. A graça deixou de ter importância. Eu não posso admitir que um juiz que é pago com o dinheiro de todos nós seja preconceituoso e tenha um pensamento abjecto», explicou Goucha, que acabaria por perder, também, no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

«Eu não sou menos homem porque uso rosa, azul, cor de beringela ou porque trabalho para mulheres»

O «machado de guerra» foi enterrado com um beijo na boca. «O Rui gosta», brincou Manuel, referindo-se ao marido, Rui Oliveira, que assistiu ao programa sentado na plateia instalada no LX Factory, em Lisboa.

No final da emissão, Filomena Cautela assumiu que estava «ansiosa» por ter Goucha sentado no sofá do 5 para a Meia-Noite. «Ele foi de uma generosidade, de uma elevação que não tem nome. Só um grande profissional de televisão é que se consegue comportar assim dez anos depois de ter processado o programa. Os grandes são assim», desabafou. «O machado de guerra ficou enterrado no momento em que ele disse que vinha ao programa», adiantou ainda.

«Sou fiel à TVI»

Entre as dezenas de questões colocadas, Filomena quis saber se Goucha iria para a SIC caso o contrato que tem com a TVI o permitisse. «Não», respondeu, frisando ser «fiel» ao canal para o qual trabalha desde 2002. «Sou muito bem tratado na TVI. E também não faço falta na SIC, que está a ganhar tudo», atirou.

Recorde-se que a mudança de Cristina Ferreira, no início deste ano, para a estação de Paço de Arcos tem feito com que as manhãs da SIC superem, em audiência, as da TVI, o que não acontecia há 12 anos.

«Sempre soube que não iria ser pai»

Manuel Luís Goucha falou pela primeira vez sobre a sua homossexualidade quando disse, em entrevista, que Rui, com quem se casou no início do ano passado, é a «pessoa mais importante» da sua vida a seguir à mãe, Maria de Lourdes.

«Em criança, eu sabia que era diferente. E gostava de ser diferente», contou agora, adiantando que, aos 18 anos, teve uma namorada. «Chama-se Alegria».

Disse ainda que houve uma altura em que pensou em adoção, mas que esta «é uma responsabilidade que não se compadece com uma profissão» com a sua «gestão de horários». «Sempre soube que não iria ser pai, que teria uma mulher e ir à missa ao domingo, a fornicar num dia certo da semana. Adoção é uma responsabilidade total para sempre e eu não me sentia apto para isso», revelou.

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Texto: Ana Filipe Silveira com Ana Lúcia Sousa| Fotos: Reprodução redes sociais
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