Mais direitos no sapatinho! Toy revela como será a consoada num ano marcado pela pandemia

O Natal está à porta e com ele vem o espírito de solidariedade e generosidade, valores que Toy preserva. À TV 7 Dias, o músico contou como vai ser a consoada e como tem vivido este ano.

24 Dez 2020 | 9:05
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Cumplicidade, música e alegria foram estes os ingredientes, e o pretexto perfeito para juntar Toy e Daniela para celebrarem o Natal com a TV7 Dias. No entanto, para este casal não são precisas datas festivas para mostrarem o amor que os une.

Ao longo de uma sessão fotográfica, marcada pela diversão, os dois não se largaram e mostraram que apesar de estarem juntos há mais de dez anos a paixão continua acesa. E foi já com o espírito natalício imbuído que Toy e Daniela revelaram que esperam que a tradição de juntar a família se mantenha, apesar de todas as restrições impostas pelo Governo devido à pandemia.

“Não estar com a minha família no natal e ver os aeroportos cheios de gente acho que é incongruente, portanto revejam essa situação porque tem que haver um equilíbrio. Para curar uma pandemia não preciso de morrer de apatia e de depressão e portanto tem que haver um equilíbrio”, atirou o músico reforçando que para si o Natal é para ser vivido ao lado de quem ama.

“O Natal para mim é uma festa de família e, como tal, gosto de fazer tudo aquilo que mais gosto de fazer em família e habituei-me desde pequenino a isso com o meu pai, a minha mãe, o meu tio Chico, a minha tia Graça, os meus primos… O nosso Natal sempre foi muito bonito. Trocávamos prendas, comíamos, o meu tio contava umas anedotas, o meu pai tocava violino, os meus natais sempre foram com musica e diversão e boa disposição. Habituei-me a isso e tentei manter isso ao longo da minha vida. O que interessa é estarmos felizes nessa noite para passar essa energia positiva a quem amamos”, refere.

 

Toy não entra na cozinha

 

E para uma reunião familiar feliz não podia faltar uma mesa farta. Na cozinha Toy não entra, até porque é melhor a provar as iguarias do que a fazê-las. Quem o diz é Daniela: “As mulheres vão para a cozinha e depois juntamo-nos todos. Mas, claro que não pode faltar o bacalhau com a couve, a batatinha e o grão. Há sempre um bom queijinho, presunto. Fazemos também uma canja”, conta reforçando que também os doces não podem faltar à festa.

“Tenho sempre uma enorme mesa de doces mas no fim da noite eles continuam lá. Há sempre os tradicionais sonhos de abóbora, as azevias, a lampreia de ovos e o bolo rei. Mas, é sempre um exagero. Acho que este ano, e derivado a esta pandemia e por tanta gente estar a passar fome, vou ser mais contida.”

Apesar de este ser um Natal mais contido, para Daniela será um dia muito especial, pois terá novamente nos braços a sua filha, que este ano foi estudar para Inglaterra. “Estou cheia de saudades dela. Vê-la sair de casa faz-me sentir um misto de emoções. Estou feliz porque sei que ela está feliz e a seguir o seu sonho, mas fico triste por não estar ao pé de mim.”

 

Direitos reivindicados

 

Generosidade e solidariedade são alguns dos valores mais lembrados nesta altura do ano. Porém, para Toy, estes sentimentos estão sempre presentes na sua vida. Por essa razão faz questão de reivindicar sempre pelos seus direitos e pelos do que trabalham consigo, nesta altura em que a indústria musical vive dias negros.

“Esta não é a fase mais difícil da minha carreira. Esta é uma fase complicada. Dá imenso trabalho construir uma carreira sólida, que foi o que consegui, consegui o que queria. Está construida. Este ano não pude trabalhar”.

O facto de estar afastado dos palcos desde março não o impossibilitou de arregaçar as mangas e apostar noutros projetos. “Fiz mais televisão, e vou recalcar uma coisa que já disse, que a maioria das televisões não pagava cachet e agora temos tido. Houve uma consciência por parte das televisões e houve uma série de reivindicações que fiz. Convidam-me, eu promovo o meu trabalho é muito bom, mas este ano não tenho trabalho e disse: ‘vão ter que me ajudar financeiramente’. Isto não é nenhum pedido de esmola, não é dizer que estou a morrer à fome, mas dá-me a oportunidade de levar os meus músicos à televisão e poder-lhes pagar um cachet. Não é o mesmo que um concerto, mas pelo menos posso ajudar as pessoas que precisam porque os músicos são e estão a ser muito maltratados. Tive um ano bom o ano passado, paguei muitos impostos, mas há muita gente à minha volta que precisa e eu preocupo-me com as pessoas. Isto é apenas uma realidade.”

 

“Não mata, mas mói e aleija”

 

No entanto, este gesto não foi bem visto por todos: “Houve muita gente que criticou o facto de ter dito que as televisões deviam pagar e eu não percebi porquê”, revelou.

Apesar de desvalorizar as críticas negativas, Toy – que se define como verdadeiro e autêntico -, não esconde que tem sofrido com isso ao longo da sua carreira. “Não sou indiferente, prefiro não ler. Agora é muito triste. Uma ofensa física dá direito a pôr em tribunal, uma ofensa verbal também dá. Eu não percebo como é que nas redes sociais as pessoas podem ofender de ânimo leve. Não me parece plausível que não haja uma lei que ponha as pessoas na linha”, teceu, sublinhando: “Não mata, mas mói e aleija, chateia, aborrece, as pessoas que escrevem essas criticas são muito cobardes. Eu quando tenho que dizer alguma coisa desagradável a alguém vou ter com essa pessoa e na cara dela digo-lhe.”

 

A dar música em “Bate Coração”

 

Além do seu papel como comentador do “Big Brother – A Revolução”, o cantor setubalense soma mais trabalhos na televisão. Convidado para assumir o cargo de diretor musical na nova novela da SIC, “Bate Coração”, Toy é o responsável pelos temas e produção das canções que serão entoadas pelos protagonistas da trama como Ricardo Pereira, Maria João Bastos, entre outros.

“É um trabalho muito gratificante e um desafio muito intenso porque são muitas letras, muitas músicas, muitos arranjos, muitas horas de estúdio, muita gente a cantar que nunca cantou na vida. É um desafio muito intenso e que me ocupa muitas horas, mas é um prazer imenso numa fase da vida em que tudo parecia desmoronar”, contou, relatando como tem sido trabalhar com o elenco:

“Dou algumas dicas a quem nunca esteve em cima de um palco. Às vezes vou lá outras não. Há pessoas com mais musicalidade do que outras o que para nós é mais fácil, mas tudo é ultrapassável.” E haverá oportunidade de ver o a dividir o palco com os protagonistas de Bate Coração? “Provavelmente”, diz entre risos.

 

Texto: Telma Santos (telma.santos@impala.pt); Fotos: Nuno Moreira; Produção: Zita Lopes; Cabelo e Maquilhagem: All About Makeup; Agradecimentos: Hotel do Sado, Business & Nature, Setúbal: hoteldosado.com

 

(artigo originalmente publicado na edição nº 1760 da TV7 Dias)

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