Magoada com a RTP: Sandra Felgueiras faz revelações em direto na TVI

Sandra Felgueiras esteve na tarde desta segunda-feira, 3 de janeiro, à conversa com Manuel Luís Goucha, no programa da tarde da TVI.

04 Jan 2022 | 16:45
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Sandra Felgueiras deu a sua primeira entrevista desde a saída da RTP. A jornalista e cara do “Sexta às 9” escolheu Manuel Luís Goucha para falar sem tabus, esta segunda-feira, 3 de janeiro, sobre os motivos que a levaram a sair do cabal público.

Após 20 anos ao serviço da RTP, Sandra Felgueiras deixou o canal público e vai-se juntar à CMTV, assumindo ainda o cargo de diretora da revista Sábado. A Goucha, garante que esta foi uma decisão solitária e que falou com as pessoas mais próximas. “A responsabilidade é minha”, sublinha.

A jornalista explicou por que decidiu sair e admitiu que a estação não deu meios para um crescimento do programa. “Não tinha margem de progressão, não sentia que tivesse o carinho interno que um projeto como o ‘Sexta às 9’ merecia ter”, frisou.

Manuel Luís Goucha quis saber se Sandra Felgueiras está magoada com o canal público. “Não saio magoada com a RTP, saio magoada com esta RTP. Todas as televisões são feitas de pessoas, pessoas que as lideram em determinado momento […] Eu saio magoada com algumas coisas que vivi”, afirmou.

“Não guardo rancor, não guardo ressentimentos. Tenho o coração absolutamente limpo e aberto para uma etapa que eu tenho a certeza que vai ser muito feliz”, sublinhou.

A jornalista explica ainda que o programa Sexta 9 sofreu de imediato com o anuncio de que Sandra Felgueiras ia sair e que houve entrevistas que foram de imediato canceladas assim como conversas com fontes de informação. “As pessoas confiavam em nós, na nossa equipa. Há notícias que nunca vão sair”, contou, assumindo o impacto que teve a sua saída da RTP e por consequência do Sexta às 9.

 

Sandra Felgueiras fala em discriminação parental

 

Sandra Felgueiras é filha da ex-autarca Fátima Felgueiras conhecida pelo escândalo “saco azul”. A jornalista sabe o que é ser julgada em praça pública justamente por ser filha de quem é e levanta a questão da discriminação parental.

“Eu sou o que sou apesar de tudo o que eu vivi, apesar de todos os obstáculos que vivi. Nasci filha da Fátima Felgueiras, vim para Lisboa e 22 anos depois de fazer jornalismo de investigação as poucas coisas menos boas que vejo escritas sobre mim é ‘lá vem a senhora filha do saco azul’. Nunca se falou disto abertamente, mas às vezes tenho para comigo esta reflexão. As pessoas falam do racismo, da xenofobia, de discriminação por identidade de género, mas as pessoas saberão o que é a discriminação genética, biológica? Alguém poderá despir de si o ser filho de? Tenho o máximo orgulho de ser filha da minha mãe, do meu pai. São referências incríveis na minha vida, todo o meu trabalho, toda a consciência de que a única coisa que nos deve fazer progredir no mundo é o mérito e o trabalho árduo devo-o aos meus pais”, enfatizou.
Texto: Ana Lúcia Sousa; Fotos: Arquivo Impala e reprodução redes sociais 
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