Leonor Poeiras confessou, recentemente, numa entrevista a Rui Maria Pêgo e Ana Martins, na Rádio Comercial, sofrer de um problema de saúde que a levou a decidir abandonar a apresentação do programa Somos Portugal, da TVI.
«Eu recentemente deixei de fazer o Somos Portugal. Foram oito anos e meio, que chegaram ao fim no ano passado», começou por referir, para de seguida explicar o que a levou a tomar essa decisão:
«Eu terminei no programa de Lisboa, sem fazer grandes anúncios, mas foi uma decisão que eu tive de tomar dentro de mim. E o Somos Portugal era a coisa mais certa que eu tinha na minha vida, nos últimos anos. Terminei-o por várias razões. Não consigo, não quero continuar a fazer, não devo, e isto tem a ver com questões de saúde também. Eu sou surda do ouvido direito. Eu ensurdeci. Foi um episódio de surdez súbita há quatro anos», contou.
«Estou praticamente sem ouvir nada»
Apesar de desconhecer a razão para que tal acontecesse, hoje a apresentadora diz já saber lidar com o problema de saúde de uma forma mais tranquila. Contudo, o que mais a preocupou na altura foi a sua carreira profissional ser afetada com o sucedido.
Leonor diz não se ter apercebido do que estava a acontecer, no entanto o facto de estar «há não sei quantos dias a pôr o telefone para o outro lado [o ouvido que não estava afetado]» lhe despertou alguma atenção e, duas semanas depois, dirigiu-se ao médico.
«Quando fui já era uma situação avançada, cerca de 70% de surdez, e percebemos, ao longo dos meses, que era irreversível. A situação agravou-se nos últimos anos porque estou muito exposta ao ruído a fazer o Somos Portugal, e tive de parar. Foi uma decisão pessoal. Estou praticamente sem ouvir nada e não posso porque é o ouvido onde eu ponho o auricular quando trabalho em televisão», explicou.
Questionada por Rui Maria Pêgo sobre o que sentiu no momento em que soube do problema que atravessava, Leonor não teve problemas em confessar que «foi tristíssimo». «Foi um dia realmente triste para mim. Foi no dia 2 de agosto, foi nesse dia que eu percebi. Chorei copiosamente para aí durante uma hora e tal. Nesse dia passei a noite a ouvir música aos berros, tipo despedida», revelou.
O desejo de ter mais filhos
Para Leonor o desejo de ter mais filhos foi sempre uma opção e adotar «sempre foi uma hipótese». Mãe de António, de 13 anos – fruto da relação que o rosto da TVI manteve com Miguel Braga – a apresentadora não esconde que «gostava muito» de ter «mais do que um».
«Penso nisso, às vezes. Posso dizer que este último ano, até porque há dois anos tive um problema no cólo do útero, e fez-me pensar sobre isso. Sujeitar o meu corpo outra vez a uma coisa tão forte? Eu já não tenho 25 ou 27, como tinha quando engravidei, é muito diferente», afirmou.
A morte da mãe
Para Leonor, a morte da mãe «foi a experiência de amor mais profunda» que teve na vida, por tudo aquilo que envolveu o seu percurso até esse momento da despedida, que a apresentadora diz ter acontecido num «dia lindo» de 25 de abril.
«É bom também ter este dia na vida. Ela morreu num dia em que o País está parado e isso é bonito, pela liberdade. Quer dizer, é uma coisa simbólica vá. Todos descansámos naquele dia 25, ela principalmente, como é óbvio», referiu.
A mãe de Leonor sofria de «uma doença muito grave, degenerativa e neurológica» que a empurrou para uma cadeira de rodas e lhe retiraou a mobilidade.
A viver «num centro de enfermagem» na altura da morte, a progenitora da apresentadora recebia várias vezes a visita da filha, que vezes sem conta dormiu ao seu lado, uma vez que o quarto tinha uma cama livre. «Foi uma experiência linda. Eu ia vê-la e estava com ela todos os dias, dormia lá algumas vezes. Cantava para ela. Eu sei o que eu sinto mas não sei verbalizar», dizia Leonor.
Com esta experiência de vida que partilhou com a mãe, a apresentadora da TVI mencionou ter retirado algumas conclusões e aprendizagens. «Aprendi sobre o amor, aprendi que amar é estares com uma pessoa. Gostares dela como ela é, mas como ela está também. Foi uma experiência de profundo amor. Não escondi nada ao meu filho. Foi tudo muito verdadeiro. Foi um dia de grande paz quando a minha irmã de manha me telefono», confidenciou.
Texto: Marisa Simões; Fotos: DR e Reprodução Instagram
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