Bernardo Ferrão passou por um susto de saúde em setembro de 2018 e, agora, fala pela primeira vez de um dos momentos mais aterradores da sua vida. O subdiretor de informação da SIC esteve no programa de Cristina Ferreira e explicou ao pormenor o que se passou após aquela que parecia ser mais uma reportagem.
«A história é um bocado surreal. Tinha ido acompanhar o primeiro ministro numa visita a Angola. Correu tudo bem na viagem e, à vinda, quando estava no aeroporto em Luanda, comecei a sentir-me um bocadinho esquisito», relembra, dizendo que estava a escrever um artigo e não conseguia «carregar devidamente nas teclas».
O jornalista da estação de Paço de Arcos ligou de imediato à mulher, Filipa Matos, que desvalorizou a situação. «Quando o avião começa a levantar comecei a sentir-me ainda mais estranho e, a partir do momento em que o avião estabiliza, fui à casa de banho e desliguei», recorda.
«Quem é que não sente medo com uma coisa destas?»
Bernardo Ferrão só volta a ter consciência do que estava a viver quando Rafael Homem, repórter de imagem que o acompanhava, lhe está a dar «dois estalos na cara». Nessa altura, já o avião no qual seguia tinha sido desviado e estava no Gana.
«Tive duas convulsões no avião. No Gana metem-me numa ambulância, vou para uma clínica privada. Fazem-me os exames e descobrem que eu tinha uma bola aqui na cabeça. Liguei para o meu médico, que me disse que era um abcesso cerebral. E foi isso», narra Bernardo Ferrão.
O jornalista regressou a Lisboa nesse mesmo dia e foi de imediato internado no Hospital de São José. «Não havia nada que explicasse aquilo a não ser uma bactéria que entrou, como acontece a muita gente»
O médico que acompanhou Bernardo Ferrão disse-lhe que tinha ganhado o euromilhões. O jornalista admite que tem noção disso. «Quando o médico me diz isso, suspirei de alívio. Quem é que não sente medo com uma coisa destas? Ainda por cima com duas filhas… fiquei um bocado em pânico».
Após mais de um mês internado, sempre com a companhia da mulher, a vida de Bernardo Ferrão regressou à normalidade. Mas ficaram para sempre as marcas emocionais. «Sinto-me diferente porque sinto-me com um bocadinho mais de medo. Mas é uma coisa que pode acontecer a qualquer pessoa»
Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais | Fotos: Arquivo Impala