Hélder Reis emociona-se ao recordar mãe falecida: «Ensinou-me a amar as coisas pequenas»

Hélder Reis chorou ao falar com Manuel Luís Goucha sobre a mãe, que partiu no início deste ano. «A minha mãe percebeu-me sempre no meu todo e respeitou-me imenso», disse.

29 Ago 2020 | 9:00
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Hélder Reis esteve esta sexta-feira, 28 de agosto, à conversa com Manuel Luís Goucha e não conteve a emoção ao falar da morte da mãe. Grande amigo do apresentador do Você na TV, o rosto da RTP aproveitou a visita ao matutino da TVI para promover o novo livro, Nação Valente.

Natural de Esmoriz, Hélder Reis conta que lhe custa voltar à terra onde cresceu desde que a mãe partiu, no início de 2020. «Agora que a minha mãe morreu não vou a Esmoriz e custa-me voltar, pela mãe que não tenho e por tudo o que deixei de ter lá que ela personificava», declarou, em lágrimas, dizendo ainda estar a «sarar» a dor da morte da progenitora.

«A minha mãe era uma mulher de sonhos, de trabalho. Foi professora, foi tudo, e foi uma mulher que durante quase 15 anos foi doente de hemodiálise –  insuficiente renal», continua.

«A minha mãe era uma doente estóica, os médicos diziam-me: “‘Hélder, eu não percebo como é que a sua mãe sorri e está serena’.  É muito doloroso fazer hemodiálise. Para quem não sabe são três vezes por semana uma transfusão total do nosso sangue. A minha mãe chegava a casa sem voz e aguentava isso serenamente com um sorriso.»

O apresentador diz ter aprendido com a mãe a ser forte. «Ela dizia-me: ‘Hélder, leva com calma, leva leve, na desportiva’. É obvio que há coisas muito mais densas como aquela mulher de 80 e muitos anos que ia todos os dias para uma clínica fazer um tratamento violentíssimo. Chegava a casa: ‘Então mãe, estás bem?’. ‘Estou’. […] Herdei muito isso dela, a resiliência, a paixão pelo detalhe, pelas flores e plantas . Ela ensinou-me a amar as coisas pequenas», refere. «A minha mãe percebeu-me sempre no meu todo e respeitou-me imenso».

O livro Nação Valente foi escrito pelo apresentador numa altura em que a progenitora já estava fragilizada. «Eu ia-lhe lendo histórias e a ultima história que lhe li foi os azulejos», diz lavado em lágrimas. «Gostou muito».

Manuel Luís Goucha ficou tocado pela emoção do amigo e acabou por pedir desculpa aos espectadores. «Estou a falar com o meu único amigo em televisão, homem. Peço desculpa».

Na mesma entrevista, Hélder Reis recorda ainda outro período conturbado da sua vida, quando decidiu abdicar do seminário ao fim de 12 anos e assim deixar para trás a ideia de ser padre. Uma decisão que inicialmente não agradou aos pais.

«Sair do seminário foi uma decisão muito violenta e muito feliz. Eu sabia que não queria. O seminário foi estruturante na minha pessoa e no ser apresentador também. Foi muito difícil sair, a minha mãe não percebeu, o meu pai também não, mas eu estava bem porque sabia que não era aquilo que queria. Às vezes na vida é tão importante saber o que não se quer como aquilo que se quer. […] A minha mãe acabou por entender».

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Impala e DR

 

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