João Sotto Mayor mantém-se em greve de fome há precisamente sete dias. Ele é um dos nove empresários do movimento “Sobreviver a Pão e Água” que estão instalados em frente à Assembleia da República, em Lisboa, reivindicando uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, ou o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. Mas, até agora, nada.
Os manifestantes não desistem e continuam com a greve de fome. Mesmo perante a insistência do filho mais velho, no caso de João Sotto Mayor. “O João Maria mandou-me uma mensagem a dizer: ‘Pai, sai daí. Vem ensinar-me a trabalhar’. E disse: ‘Pai, quando saíres daí, vou oferecer-te um jantar no teu restaurante favorito. Pago eu. Pai, vem para casa’”, contou o empresário à TV 7 Dias.
João Maria tem 16 anos e é o primogénito de João Sotto Mayor. O grevista é ainda pai de Francisco Maria, de sete, fruto da relação de dois anos com a apresentadora Isabel Figueira, que terminou em 2014.
Isabel Figueira “muito” preocupada com “estado emocional” do ex
Nas redes sociais, a também atriz alertou os seguidores para a ação de protesto contra as medidas do Governo para os setores da restauração, bares e diversão noturna, liderada por “nove soldados fixos”. “Dois deles são pessoas que me dizem muito. Um é o pai do meu filho mais novo, que se chama João, o outro é um amigo de longa data, Zé Gouveia”, especificou.
“Infelizmente, deixa-me muito triste. O pai do meu filho mais novo já está num estado emocional que me preocupa muito e vejo um amigo a ficar, cada vez mais, debilitado. Conheço os dois muito bem e sei que não vão sair dali até serem ouvidos”, acrescentou.
Greve de fome dura há uma semana
O protesto foi iniciado por alguns rostos do movimento “Sobreviver a Pão e Água” na passada sexta-feira, depois de, nesse mesmo dia, terem tido uma reunião na Presidência da República da qual “não resultou nada”
Ljubomir Stanisic, José Gouveia e João Sotto Mayor, entre outros, foram ouvidos por assessores do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e não pelo próprio chefe de Estado, como esperavam. “O Presidente não apareceu. Os assessores disseram-lhes que iam passar-lhe a mensagem”, disseram, na altura, à TV 7 Dias.
Na origem do movimento está a crise instalada nos setores da restauração, hotelaria, comércio e cultura por causa da pandemia da COVID-19. Reclamam não só pela falta de apoio do Governo a estas áreas como pelas medidas de restrição aplicadas, que põem em causa a sobrevivência dos negócios.
Texto: Carla Ventura e Dúlio Silva; Fotos: Arquivo Impala e Nuno Moreira