EXCLUSIVO: Emigrantes para serem pais!

Bruno e Christina viram-se obrigados a emigrar para a América. Ele trabalha na construção, ela nas limpezas.

22 Dez 2017 | 15:05
-A +A

“Uma melhor qualidade de vida”. É este o motivo que levou o casalinho, que contraiu matrimónio na estreia da Casa dos Segredos 6, a emigrar para o Canadá, local onde nasceu Christina, a 18 de setembro último. E é em exclusivo à TV 7 Dias que a jovem conta porque escolheram o outro lado do Atlântico para os acolher.

“Conseguirmos juntar um bom dinheiro para podermos começar a pensar em filhos e em construir um bom futuro. O Canadá é considerado o melhor país para se viver, por algum motivo é. É um país que dá oportunidades a todo o tipo de pessoas. Não se precisa de ter cursos para arranjar trabalho e ganhas bom dinheiro seja em que trabalho for. Claro que uns ganha-se mais que outros mas todos ganham bem. Ganha-se à semana e não ao mês. Viemos de férias e o Bruno logo percebeu que aqui se ganhava dinheiro e que aqui podíamos conseguir ter um futuro relaxante a nível financeiro”, começa por nos contar.

E se para o ex-concorrente a adaptação tem sido fácil, para a mulher nem tanto. “Claro que para mim, não foi nada fácil, mesmo. Saí dos Açores para ir para Lisboa porque era lá que me sentia bem e feliz. Ter que mudar de novo para um país, que mesmo sendo a minha origem, não era de todo um país que tivesse nos meus planos. Mas arrisquei e vim”, afirma Christina, justificando em seguida: “Por incrível que pareça, eu ando bem. Ando mentalizada psicologicamente em estar aqui. Não vou mentir, penso em Portugal todo o santo dia, no que tinha lá, no que fazia lá e a minha vontade de voltar é todos os dias. Mas sei que para já tenho que estar aqui, que é o melhor para nós, para o nosso futuro”.

O grande desejo do casal é juntar dinheiro para poder aumentar a família. “Aqui não há um ordenado mínimo como há em Portugal. Aqui há um valor mínimo à hora”, explica, exemplificando: “O mínimo que se ganha aqui, tudo somado, ao final do mês é de mais de 800 euros. E estou a  falar do mínimo!”.

Há três meses a viverem no Canadá, os dois ex-concorrentes da Casa dos Segredos 6 já arranjaram emprego. “O Bruno quando esteve cá de férias começou logo a trabalhar. Teve a sorte de conhecer pessoas fantásticas. Chegámos num dia e ele começou a trabalhar no outro. Está a trabalhar na construção. Eu comecei uma semana depois, tenho dois trabalhos, por vezes três. Estou a trabalhar em limpenzas e na minha área, na estética, daí dizer que tenho dois a três trabalhos”, afirma.

A vontade de aumentar a família cresce de dia para dia e a jovem, que cresceu nos Açores, gostava de ser mãe muito em breve.

“O Bruno diz que vai ser pai aos 30, mas os 30 dele são para o ano e os meus são daqui a dois. Gostava de que o bebé viesse para o ano, mas não sei. Queremos viajar primeiro, conhecer alguns sítios e depois talvez”, dispara, entusiasmada, assegurando que há muito que sente o instinto maternal. “Mas nunca foi a altura certa. O Bruno quer ser pai, mas ele é demasiado preocupado com o dinheiro e pensa que para ter um filho quer ter um bom dinheiro para não lhe faltar nada. Ele é muito pensativo e pensa demasiado à frente e por vezes só prejudica”, frisa.

Embora saiba que, neste momento, o seu lugar é do outro lado do Atlântico, Christina anseia pelo regresso a Lisboa e à sua vida na capital.

“Em quanto tempo, não sei, mas será na altura em que achar que já chega por aqui”, relata, garantindo que quando voltar a família já terá aumentado. “Quero ter pelo menos um filho aqui, dar-lhe a mesma sorte que tive, que foi ter dupla nacionalidade e depois logo se vê.  Vivo um dia de cada vez. Não gosto de pensar muito no futuro porque não sei sei se chego lá e caso não aconteça como eu quero, a pancada é maior. Sou muito terra a terra”, explica.

No Canadá, o casal tenta manter uma rotina normal e aproveita todo o tempo livre para passear e conhecer mais do país.

Esta mudança veio provar ainda mais o quão fortes são enquanto casal, como a profissional da área da estética faz questão de ressalvar: “Só estamos juntos há dois anos e cinco meses, mas é o suficiente para perceber o que queremos. Desde muito cedo que sabemos o que queremos e isso nunca é metido em causa por nada. Muitas pessoas diziam que íamos acabar depois da Casa, que a relação não era verdadeira, porque não estão habituados a ver outras relações que vão para este tipo de programas. Nós nunca nos manifestámos sobre isso, só nos ríamos. Claro que não sei o dia de amanhã, mas a verdade é que temos uma relação muito estável”, remata.

“O Natal vai ser mais triste”

Com a aproximação da quadra festiva, Christina já começou a “sofrer” com o facto de estar longe de grande parte da família na noite de Consoada.

“O Natal para mim é importante, vivo-o como se fosse uma criança. É estar em família, a mesa toda cheia de comida, música, presentes e enfeites. Sem a família toda reunida perde um pouco o sentido, mas não se pode fazer nada. Não me esqueço o primeiro Natal que passei sozinha, em Lisboa – estava eu a viver num quarto – e passei com a minha mãe e o meu irmão mais velho. Foi tão, mas tão triste, que nem lhe consigo explicar. Mesmo estando com eles foi horrível. No outro Natal em que não consegui ir aos Açores já foi na minha casa em Lisboa, com o Bruno, a minha mãe, o namorado dela e a minha gatinha. Mas para mim o Natal é nos Açores e ponto final”, afiança a profissional da área da estética, ela que este ano o Natal “volta a ser mais triste, mas a vida é mesmo assim”. Ainda assim, o casal vai estar nos dias 24 e 25 com os tios de Christina. “Vai ser bom, não tão perfeito como queria, mas é o possível”.

TextoTiago HenriquesFotosLuís Baltazar e gentilmente cedidas por Christina Silva

PUB