TV 7 Dias – É a primeira vez que atua em Portugal? Com que expectativa vem ao nosso país?
Eduardo Costa – Já cantei em Portugal três vezes. Para mim, Portugal é uma experiência única, primeiro por ser o mesmo idioma do que o nosso e, depois, porque o público português é um público incrível. Eu escuto música portuguesa há muitos anos, principalmente fado, que é a música que mais representa Portugal no mundo inteiro. Poder cantar para o público português é um momento muito mágico. Quando gravamos aqui, no Brasil, não imaginamos que a nossa música irá atravessar o continente, mesmo que o povo português e o brasileiro tenham a mesma linha de raciocínio, pois somos co-irmãos! Mas ter a oportunidade de cantar para o público português é maravilhoso! E eu só tenho a agradecer ao público português por me dar a oportunidade de cantar para ele. Espero poder superar a expectativa que eles têm em relação ao meu trabalho, à minha música, às minhas canções! Eu digo sempre que a música tem o objetivo de marcar a vida das pessoas, não importa o tamanho do público nem o local, mas quero deixar registado que cantar no Coliseu [dos Recreios, em Lisboa] é um momento muito importante para mim!
É uma das salas mais míticas de Portugal.
Poder fazer um show e poder levar a nossa produção de shows para qualquer lugar do mundo é maravilhoso! Mas este show vai ser muito importante, depois de uma pandemia de mais de dois anos, onde as pessoas ficaram reclusas! Eu lembro-me de que, assim que começou a pandemia, eu estava a sair de Portugal e ainda não tinha a noção da magnitude que este vírus ia tomar. Poder voltar a cantar em Portugal é como se eu estivesse a recomeçar a minha carreira de alguma forma! Na verdade, acho que para todos nós. Depois de ter atravessado essa fase do coronavírus, em que perdemos amigos e pessoas próximas de nós, ficamos com medo de perder a própria vida e eu estou a recomeçar a minha vida! E poder voltar aos palcos em Portugal vai ser maravilhoso! Nós já começámos a fazer shows aqui, no Brasil, e nos Estados Unidos, mas estar em Portugal vai ser muito bom! Vai ser um presente, porque é uma casa que é importante para os artistas do mundo inteiro. Então, cantar nessa casa vai ser mágico! Só tenho a agradecer a Deus e ao público português e do mundo inteiro que vai estar lá connosco! Vai ser espetacular! Vai ser um espetáculo!
Ao fim de 23 anos de carreira e mais de 14 milhões de discos vendidos, o que lhe falta fazer?
Eu não gosto muito de pontuar a minha carreira com a idade (risos). Porque, se ela é curta, dá a impressão de que a pessoa é inexperiente na música e, se a pessoa tem uma carreira longa, dá a impressão de que a pessoa está velha. Eu tenho muitos anos de música, mas profissionalmente conto a partir de 2004, quando gravei o meu primeiro CD e quando comecei a fazer sucesso. Contudo, se for contar a toda minha trajetória, dá mais de 25 anos.
Tem algum sonho por concretizar?
Para lhe falar a verdade, eu não realizei nem 10% do que quero realizar! Tudo o que faço, para mim, é uma novidade, até porque subo sempre ao palco como se fosse fazer o último show da minha vida! Eu imagino sempre que não vou ter condições psicológicas, que amanhã não vou conseguir fazer outro show, então, subo sempre para fazer o melhor show da minha vida ! Eu subo sempre para poder realizar o meu melhor trabalho, o meu melhor conceito, o melhor show da minha vida! Mas eu tenho vontade de realizar muitas coisas, inclusive gravar um DVD em Portugal, para poder trazer para o Brasil e para todo o mundo o carisma do povo português. Dentro da música, ainda há muita coisa que quero fazer. Tenho muita vontade de gravar com uma cantora portuguesa, uma das que amo e que é fora do normal: Mariza. Nós tivemos um cantor português que fez história no Brasil, o Roberto Leal, que foi um homem que marcou a música portuguesa e a música popular brasileira. Então, Brasil e Portugal têm muito em comum. Gravar um fado, poder cantar com algum artista português, vai ser com certeza a realização de um sonho!
O que reserva o futuro?
Então, o futuro a Deus pertence! Eu planeio sempre a minha vida a curto e médio prazo, porque não sabemos o dia de amanhã! Tudo que eu faço e que desejo na minha vida, peço a direção de Deus. Eu oro não só para Deus me dar boas ideias mas para me dar coragem e energia para poder realizar! Sem Deus, somos pessoas incapazes. Sem Deus, não temos condições para realizar nada! Eu digo sempre que a minha fé é muito baseada no que almejo para o meu futuro! Tem muita coisa que sei que vou conseguir, não só porque vou trabalhar para isso mas porque sei que Deus está envolvido. Só não será realizado se não for a vontade de Deus. Eu digo sempre que um homem que não tem Deus é um homem mal-sucedido em todas as áreas.
Recentemente, fez uma transformação de visual radical. Foi difícil dizer adeus aos cabelos longos? O que motivou esta mudança?
O meu cabelo sempre foi motivo de vaidade para mim. Gostei sempre dele mais curto, então, mexer no meu cabelo sempre foi difícil para mim. Há três anos. estava a ir muito a ginásios, a treinar muito, e um dia percebi que estava a ficar muito vaidoso com isso. Depois, notei que, primeiro, temos de cuidar do nosso interior e, depois, do exterior. Então, não quis mais ir. Não que eu não volte a ir. Eu vou, só não quero mais ser escravo disso. E com o cabelo foi a mesma coisa. Quis mostrar para mim mesmo que poderia viver com o cabelo comprido. Com cabelo curto, passa-se sabonete e está tudo certo. Com cabelo grande, tem de se passar condicionador e tem de se cuidar mais. Então, fiz a promessa de deixar crescer o cabelo durante três anos, mas agora a promessa chegou ao fim – graças a Deus – e o meu cabelo voltou a ser como era. Fácil de lavar… Vou ali, tomo banho, molho o cabelo e está tudo resolvido! E também para mudar um pouco de visual! Há muito tempo que as pessoas queriam ver-me de cabelo curto e eu nem tinha noção do quanto. Mas eu estou muito feliz com o meu novo visual e esta minha nova fase.
