Descontentamento na TVI: Trabalhadores fazem pré-aviso de greve

A venda iminente da TVI ao grupo Cofina desencadeou o aviso de protesto. Trabalhadores da estação de Queluz de Baixo demonstram descontentamento e avançam com greve.

12 Dez 2019 | 11:28
As instalações da TVI, em Queluz de Baixo
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A intenção de fazer greve existe há vários meses mas só agora, quando a Cofina recebe luz verde da Autoridade para a Concorrência para avançar com a compra da TVI, é que toma forma. De acordo com o jornal I, os trabalhadores da TVI avançaram esta quarta-feira com o pré-aviso de greve, decisão tomada após um plenário.

O que espoletou esta decisão foi o corte dos cartões de oferta no valor de 150 euros aos funcionários com salários brutos acima dos 1000 euros (mais 25 euros aos que têm filhos), decisão essa anunciada pelo departamento dos recursos humanos. Nessa mensagem, a que a TV 7 Dias teve acesso, é ainda comunicado que este ano não haverá a tradicional reunião natalícia de colaboradores.

Devido à fase conturbada que a estação de Queluz de Baixo atravessa, os recursos humanos anunciaram também que «não se realizará almoço de Natal do grupo Media Capital». «Mais informamos que qualquer almoço de Natal de equipas ou direções não será considerado como despesa da empresa».

 

Greve vai ser acompanhada de protesto

 

Numa carta enviada à administração, os trabalhadores lamentam também que esse valor – que só pode ser usado nos espaços comerciais do grupo Sonae – é mais alto para as chefias. «Mais uma vez, não sentimos qualquer preocupação da parte da administração com o impacto dessa medida nos trabalhadores, mais apelamos a que seja reconsiderada», argumentam.

A falta de meios e recursos humanos, numa fase em que se avizinham mais remodelações e despedimentos, também são motivos que fizeram com que os funcionários avançassem com o protesto. «Sabemos da particular fase que a empresa atravessa e, por isso mesmo, demos o nosso melhor durante todo o ano. Nunca como agora foi pedido tanto a tão poucos e nós não falhámos», pode ler-se na missiva. O protesto abrange também as condições precárias e os pedidos de aumentos salariais.

«Os cartões de Natal são apenas uma pequena fatia das nossas reivindicações. Há anos que nos prometem um justo modelo de carreiras. O fim dos contratos externos e precários. Aumentos salariais dignos. Temos adiado formas de protesto mais evidentes devido a uma disponibilidade para negociar. Conseguimos pouco, mas conseguimos algo», escrevem ainda os funcionários da TVI.

A greve vai ser acompanhada de um protesto junto às instalações da empresa, o que deverá acontecer nos próximos dias. No entanto, o grupo que está a dinamizar o protesto mostrou-se disponível para voltar à mesa de negociações.

 

 

Texto: Raquel Costa e Tânia Pereira Dias | Fotos: Arquivo Impala

 

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