Custódia Gallego sobre a morte do filho: «Ele deu-me muito, faz-me falta muita coisa»

Em Nazaré, Custódia Gallego dá vida a uma mulher sofredora que luta contra várias adversidades. Na vida real, a atriz lida com a maior adversidade que uma pessoa pode enfrentar: a morte de um filho.

09 Nov 2019 | 13:06
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Em agosto de 2018, Custódia Gallego perdeu o filho Baltazar, de 31 anos. A atriz, que brilha agora na pele de Matilde, em Nazaré, explica como tem sido o processo mais doloroso que uma pessoa pode viver: o luto de um filho.

«A saudade é muita. Eu digo saudade porque toda a gente conhece essa palavra, mas é muito mais parecida com a necessidade. Necessidade mesmo de perguntar sobre dúvidas de música que eu tenho, porque fiz não sei o quê, dúvidas de cena que eu fiz, dúvidas do que é que ele vai fazer e portanto tenho saudades disso. Disso tudo… Tudo… que é muito», desabafa.

Para a atriz, o «segredo» para o pensamento se «afastar» dessa saudade dolorosa é distrair-se o mais possível. «O que é bom para mim é focar-me. O pior são os intervalos, que eu tento que não sejam muitos e que eu espero que cada vez sejam menos. Acabo por divagar muito, divagar no sentido de ser impossível quase deixar de ter saudades constantemente, porque ele viveu muito tempo comigo. São 31 anos de vida! Ele deu-me muito, e portanto, faz-me falta muita coisa», realça.

Leia a entrevista completa aqui

 

Relação com Carolina Loureiro «foi crescendo ao longo do tempo»

Na novela da SIC Nazaré, Custódia Gallego é mãe da protagonista, interpretada por Carolina Loureiro. As atrizes nunca tinham trabalhado juntas mas, na trama, a empatia e química são evidentes. E a veterana atriz garante que, desde o início, ambas trabalharam para que o registo de equipa fosse a “bom porto”.

«Foi muito bom porque eu não conhecia a Carolina e há sempre aquele momento, tanto de uma como de outra, de incógnita. Eu acho que ela percebeu muito bem, desde o primeiro momento, que eu estava ali para ser generosa com o meu e com o trabalho dela. Aí eu percebi que ela estava disponível para receber o que eu lhe desse. Ou seja, no fundo, quase que é uma regra da contra cena, não é? Eu percebi que não precisava de ficar preocupada porque ela ia contracenar comigo, fosse o que fosse que eu lhe desse. E isso foi uma segurança fantástica, que foi crescendo ao longo do tempo, o que é natural», revela Custódia.

 

Texto: Andreia Costinha de Miranda | Fotos: Arquivo Impala e redes sociais

 

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