Crash pós-Cristina Ferreira: Acções da SIC caem após saída da apresentadora

A saída de Cristina Ferreira da SIC já se refletiu no preço das acções do grupo Impresa. A apresentadora de 42 anos rescindiu unilateralmente contrato com a estação de Paço de Arcos na sexta-feira.

20 Jul 2020 | 10:26
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Quando, na sexta-feira, foi revelada a saída abrupta de Cristina Ferreira da SIC, a bolsa de valores de Lisboa já tinha encerrado. Assim, o impacto desta movimentação só foi revelado hoje de manhã. E não é positivo.

Os títulos do grupo de media que detém o universo SIC desvalorizam 4,01%, para 13,15 cêntimos, depois de a apresentadora anunciar a rescisão unilateral do contrato para regressar à TVI. As acções da Media Capital (dona da TVI) ainda não trocaram de mãos nesta sessão, continuando a cotar nos 2,34 euros.

Num país racista e altamente misógino fico verdadeiramente satisfeito por ver uma mulher concretizar com astúcia e…

Publiée par Vicente Alves Do Ó sur Samedi 18 juillet 2020

Cristina Ferreira tinha contrato com a SIC até 2022. A empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão já anunciou que pondera avançar com um processo em tribunal com o objetivo de obter uma indemnização por quebra do contrato. A apresentadora poderá ter de pagar até 4 milhões à empresa.

«Ela não herdou nada. Ela não roubou ninguém»

Enquanto não volta ao pequeno ecrã, o que vai acontecer a 1 de setembro, Cristina Ferreira faz questão de partilhar e agradecer vários textos e mensagens sobre o seu regresso à TVI. A apresentadora elogiou um em particular, do realizador Vicente Alves do Ó.

«Num país racista e altamente misógino fico verdadeiramente satisfeito por ver uma mulher concretizar com astúcia e inteligência os seus sonhos. Todos. Ou quase todos. Ela não herdou nada. Ela não roubou ninguém. Ela simplesmente representa na televisão o país que a vê todos os dias. Para quem não gosta do país que vê, paciência. Mas ele existe. E não confundir esta ‘movimentação’ com dinheiro. A Cristina claramente não foi atrás de dinheiro. Foi atrás de poder. Aquela coisa fofinha que por norma e em todas as grandes empresas portuguesas está na mão dos homens. Ela quer ser senhora da sua vida e do seu destino», lê-se.

«Eu, apesar de não ‘consumir’ o programa da Cristina ou comprar a tinta dela para pintar o cabelo, não posso deixar de admirar. Mais não seja pela quantidade de comentários de m**** que li. Ficar quieto é ficar do lado dos que perpetuam uma ideia de que apenas uma certa “casta” pode ser dona disto tudo. Não. A democracia em que vivemos permite que todos tenham a sua oportunidade. A Cristina teve a dela e agarrou-a. Parabéns, Cristina Ferreira», remata Vicente Alves do Ó.

 

Texto: Raquel Costa e Joana Dantas Rebelo | Fotos: redes sociais

 

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