Casados à Primeira Vista: João ACUSADO DE FRAUDE!

A comunidade nacional de airsoft conhece bem João Fernandes de Casados à Primeira Vista. Em 2013, organizou evento que não aconteceu. Centenas ficaram a reclamar a devolução de cerca de 18 mil euros.

13 Nov 2018 | 17:08
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Quem vê João Fernandes, vê apenas o arquiteto aventureiro que aceitou casar-se com uma desconhecida no programa da SIC, Casados à Primeira Vista. Mas, entre a comunidade de jogadores portugueses de airsoft, uma modalidade desportiva onde os participantes simulam operações militares com armas que disparam projéteis plásticos não letais, o concorrente é considerado o principal culpado de uma situação que provocou prejuízos avultados a mais de 600 pessoas.

 

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Estávamos em 2013. A Associação Lusitana de Airsoft entregou a organização da segunda edição do Oscar Mike II/WW3 a João Fernandes. O evento, onde durante seis dias centenas de jogadores iriam defrontar-se num cenário realista de guerra, reunia jogadores de Airsoft vindos de toda a Europa.

Estavam prometidos um helicóptero, várias viaturas militares, entre as quais blindados, para transportar os participantes, bem como espaços para acomodar os jogadores, elementos de segurança e staff, para que os jogos pudessem decorrer, para além de bares e um palco para música ao vivo.

Durante meses, João Fernandes terá garantido à Associação Lusitana de Airsoft que tudo estaria a ser tratado. Contas feitas, mais de 600 participantes inscreveram-se para o Oscar Mike II/WW3 a troco de 30 euros cada.

 

Cenário de caos

 

Mas a poucos dias do início do evento começam a levantar-se as primeiras dúvidas quanto à capacidade de organização de João Fernandes. A Associação Lusitana de Airsoft descobre então que o arquiteto não tinha tratado das autorizações camarárias e que a polícia desconhecia por completo o evento que ia decorrer nos pinhais próximos de Ílhavo. Quando, no dia 28 de maio, as primeiras equipas chegaram ao recinto, confirmou-se o que se temia.

A organização era inexistente, não havia staff, não havia veículos, havia falta de água e eletricidade. A confusão estava instalada e a esmagadora maioria dos jogos não puderam ser realizados. João Fernandes estava presente, mas parecia completamente alheado da realidade, incapaz de dar explicações.

 

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Entre ataques de choro e momentos de total letargia, o organizador ia pedindo desculpas aos jogadores, cada vez mais nervosos. Os ânimos exaltaram-se e o evento quase se transformou em motim quando os primeiros jogadores pediram para lhes devolver o dinheiro das inscrições. Eram sobretudos os franceses e espanhóis que se mostravam mais revoltados, pois, para além das inscrições, reclamavam indemnizações pelas viagens e despesas de estadias que haviam realizaram.

 

Onde está o dinheiro?

 

Um dos participantes, que prefere não ser identificado, garantiu à ANA que o valor das inscrições, cerca de 18 mil euros, já que cada jogador pagou 30 euros, foi transferido para uma conta bancária que pertencia à avó de João Fernandes. Entre pedidos de desculpas e explicações escassas, o organizador terá afirmado várias vezes que não tinha dinheiro para devolver, uma vez que o valor teria sido gasto na totalidade.

 

Veja as explicações de João Fernandes a partir do minuto 18

 

 

No relato feito no site 6mm-portugal.com, Telmo Fonseca, outro participante, conta o seguinte: «Aproveitei ainda para ir buscar o debilitado João Fernandes que não consegue responder à pergunta essencial que ainda corre nos dias de hoje, ‘Onde está o dinheiro?’, ficando no ar pouco mais que a informação atabalhoada ‘as t-shirts do evento custaram 3000 euros, os patches 2000, não estou muito bem da cabeça, e gastei muito dinheiro em fotocópias’.» 

Perante este tipo de explicações, por pouco não aconteceu uma situação de violência generalizada. O que não impediu que ocorressem saques e roubos em várias tendas, chegando a polícia a ser chamada, como se pode ler num comunicado oficial da Associação Lusitana de Airsoft, assinado pelo presidente Luís Silva:

«A ALA-APD não assume quaisquer responsabilidades decorrentes de compromissos assumidos e incumpridos pelo Senhor João Fernandes, o qual continua a ser o único responsável pelo evento (…) Assistiu-se a uma incitação à violência, que não degenerou em violência direta, mas que contribuiu em larga escala para as pilhagens (duas tendas de campanha e um portátil, material da ALA-APD)».

O dinheiro, esse, nunca terá sido devolvido e as contas nunca puderam ser confirmadas, uma vez que João Fernandes não terá chegado a apresentá-las. No forum Ptairsoft.com, quem participou no Oscar Mike II/WW3 não tem dúvidas sobre o que se passou: «Esta tentativa de evento/jogo foi uma fraude, legalmente é isso que se chama.»

(notícia publicada na revista ANA 1118)

 

Redação ANA | Fotos: Xposed / Shine Iberia
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