Carrilho diz que filhos vivem “situações perigosas”: “É comigo que se sentem protegidos”

Manuel Maria Carrilho esteve à conversa com Manuel Luís Goucha e falou sobre as consequências do processo de violência doméstica em que se viu envolvido, por acusação de Bárbara Guimarães.

22 Jan 2021 | 19:22
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Manuel Maria Carrilho foi o convidado de Manuel Luís Goucha do programa “Goucha” desta sexta-feira, 22 de janeiro, e falou sobre o processo de violência doméstica – que já se arrasta há cerca de sete anos e do qual acabou absolvido três vezes -, que envolve o seu nome e o da ex-mulher e apresentadora Bárbara Guimarães.

O ex-ministro da Cultura começou por referir que assume “uma posição de muita indiferença em relação àquilo que se diz, àquilo que se comenta, àquilo que se fala”, uma vez que se tratou sempre de um “processo de falsas acusações”. “O tempo acaba por esclarecer tudo”, disse.

Quando questionado sobre se acredita que o tempo vai ‘limpar’ a sua imagem, manchada com as acusações de violência, Manuel Maria Carrilho diz sentir-se “bem”, revelando que continua a manter “os mesmos contactos nacionais e internacionais”. “Há, naturalmente, um custo, um peso muito grande. Mas o que me custou mais nisto tudo foi o impacto que tudo isto teve nos meus dois filhos mais pequenos. Esse é que é o ponto irrecuperável, irreversível, e que foi feito com uma brutalidade muito grande. Mas são coisas que, eu costumo dizer que, esqueço muito e esqueço verdadeiramente”, referiu.

 

Carrilho diz ter-se sentido “traído, roubado, violentado e agredido”

 

Sobre as reações agressivas que surgiram em público por parte de Carrilho, já o processo decorria, o ex-ministro referiu ter reagido “pelo mínimo”, uma vez que foi “traído daquela maneira, é roubado, é violentado, é agredido, os filhos são-lhe retirados, os bens , muitos deles até hoje, foram sonegados”.

O ex-marido de Bárbara Guimarães recordou ainda o episódio em que “houve uma pessoa que encontraram em coma alcoólico, que estava responsável por crianças”, para criticar o facto de só olharem para as suas atitudes e não para as da sua ex-mulher, também ela interveniente no processo.

 

“Estou de consciência tranquila. Tenho os meus filhos comigo”

Quantos às consequências psicológicas e emocionais que todo o processo pode ter acarretado para o desenvolvimento e crescimento dos filhos, Dinis e Carlota, Manuel Maria Carrilho revelou que “é duro, continua a ser duro”. “Mas não é por minha causa. É a vida”, atirou.

Questionado sobre se se arrepende de algo em relação aos filhos, o ex-ministro não mostrou muita recetividade em falar sobre o assunto, dizendo que o mesmo para ele estava “mais do que arrumado”. “Eu não venho aqui confessar-me e eu disse ao seu adjunto e digo-lhe que termino este assunto já. Não me interessa saber do que me arrependo ou não me arrependo, isso são coisas pessoais que eu guardo para divulgar quando for o momento de divulgar”, mencionou, acrescentando ainda:

“Estou de consciência tranquila. Tenho os meus filhos comigo, tenho os meus filhos que é comigo que se sentem protegidos, não é por acaso. Ainda esta semana, por várias vezes, eu tive que proteger a própria Carlota, que apela à minha proteção e à do irmão mais velho, em situações que são naturalmente perigosas e que eu não vou revelar aqui”, contou.

 

“Eu nunca fui violento”

Por se tratar de uma acusação de violência, de que acabou absolvido, Goucha questionou o entrevistado sobre se alguma vez tinha sido violento. “Eu nunca fui violento. O meu advogado perguntou três vezes em tribunal, ao pai, à mãe e à empregada, se alguma vez eu fui violento. Disseram que não. Segunda questão era se eu alguma vez insultei a minha ex-mulher. Disseram que não. E a terceira questão: Alguma vez ele falou alto? Disseram que não”, esclareceu.

É aí que o apresentador relembra as imagens que mostravam Carrilho a ser agressivo com a ex-mulher e mãe dos filhos, algo que o ex-ministro refere como tendo correspondido a uma “manipulação de imagens”.

“Uma pessoa que chega de uma viagem, é traído, com telefonemas todos os dias “meu querido, isto e aquilo”, a quem roubaram a biblioteca inteira, quadros, bens de família, dinheiro, casas, etc, e é acusado de violência doméstica. Foi a única coisa que eu não suportei. É acusado de uma coisa completamente falsa é natural que se defenda, “quem não se sente, não é filho de boa gente””, explicou.

 

“A situação criada foi absolutamente lamentável”

Sobre se alguma vez manipulou os filhos mais novos, Carrilho diz que estes “são completamente livres”. “A pessoa em causa queixava-se de mal-estar. Mudou três vezes de casa, nunca mudou de mais de 100 metros à volta de minha casa, não sai do meu bairro. Eu digo sempre ao meu filho “vão a casa da mãe as vezes que quiserem””, revelou.

Por último, quanto às críticas e nomes que chamou à mãe dos filhos, o ex-ministro assume que “a situação criada foi absolutamente lamentável, mas que eles sabiam, sabem e continuam a ver espetáculos desses”, insinuando que há certas situações que continuam a acontecer por parte de Bárbara Guimarães.

Texto: Marisa Simões; Fotos: DR e Reprodução Instagram

 

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