Há um mês e meio, pouca gente sabia quem era João Reis Moreira. O que mudou radicalmente desde 16 de fevereiro, dia da primeira semifinal do Festival da Canção 2019. O bailarino de Conan Osíris tornou-se reconhecido a nível internacional e, agora, partilha o caminho que percorreu até se tornar conhecido.
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Esta quarta-feira, 28 de março, João foi o convidado de honra do programa digital Maluco Beleza, apresentado por Rui Unas. Além de revelar como foi o primeiro encontro com Conan Osíris, João contou também como foi todo o seu início do mundo da dança. Tudo começou aos 11 anos, quando se sentiu rodeado de preconceitos sobre dança e sobre o próprio gosto por esta arte.
«Eu era muito novo e estava um bocado rodeado de preconceitos sobre dançar e sobre o que seria isso e esse meu gosto, de tal forma rodeado que chegaram a crescer em mim preconceitos», explica.
João considera que, na altura, o facto de um rapaz dançar «não era algo socialmente bem aceite» e que tal poderia originar «comentários menos agradáveis».
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Embora tenha andado numa escola primária onde sempre se sentiu protegido, tal não aconteceu quando teve de mudar para uma escola básica, inserida num bairro social, e foi onde começaram os episódios de bullying, não por gostar de dançar, até porque não o fazia na escola, mas sim por ter definido um estilo que na altura ainda não era bem aceite. «Nunca dancei na escola. Bastava já estar a conjugar um verde com um laranja e já levava uma chapada na cabeça.»
«Forcei as pessoas a aceitarem-me»
O bailarino de 23 anos teve de aprender a viver neste novo ambiente. «Tive de aprender que ainda tinha mais cinco anos pela frente naquela escola. Não ia estar a levar chapadas todos os dias! Tive de arranjar formas para conseguir viver bem naquela escola», conta, acrescentando que esta atitude fez com que as pessoas o aceitassem e que chegou mesmo a ganhar proteção e respeito dos mais crescidos por nunca baixar a cabeça, mesmo quando era «agredido».
«Forcei as pessoas a aceitarem-me», relembra João Reis Moreira. «Bati sempre o pé. Via bué putos a levarem chapadas e a ficarem com a cabeça baixa e a irem para a parte de trás de escola só para não terem de se cruzar com ninguém e eu fui sempre onde tinha de ir, se levasse chapada ficava sempre de cabeça erguida. Isso acabou por levantar interesse por mim e começaram a respeitar-me e a ser protegido pelos mais crescidos.»