Ativista portuguesa retida no estrangeiro: «Apagaram-me tudo»

Isabel Lourenço está neste momento num hotel em Agadir e está em contacto com a embaixada portuguesa.

11 Dez 2019 | 10:24
Isabel Lourenço 
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ativista portuguesa Isabel Lourenço foi esta terça-feira, 10 de dezembro, expulsa dos territórios ocupados do Sahara Ocidental pelas autoridades de Marrocos. A portuguesa tinha passaporte válido e autorização para viajar no país, mas foi impedida pela polícia de desembarcar do avião no aeroporto de El Aiune, no Sahara Ocidental ocupado por Marrocos, onde se dirigia para falar com familiares de presos condenados pelos tribunais marroquinos.

ativista portuguesa Isabel Lourenço foi esta terça-feira, 10 de dezembro, expulsa dos territórios ocupados do Sahara Ocidental pelas autoridades de Marrocos. A portuguesa tinha passaporte válido e autorização para viajar no país, mas foi impedida pela polícia de desembarcar do avião no aeroporto de El Aiune, no Sahara Ocidental ocupado por Marrocos, onde se dirigia para falar com familiares de presos condenados pelos tribunais marroquinos.

«Aterrei em El Aiune e disseram que todos os passageiros podiam sair, excepto eu»

A ativista portuguesa tinha como destino Agadir para acompanhar a família do preso Mansour El Moussaui, de 19 anos, e da sua prima Mahfouda Lefkir, de 34 anos, que foi condenada a 6 meses de prisão e a uma multa de 2.000 dirham por ter gritado no final do julgamento de Mansour, dentro da sala do tribunal, contra a ocupação de Marrocos e contra a injustiça do julgamento.

Em declarações ao Portal de Notícias, Isabel Lourenço recorda o que aconteceu na tarde desta terça-feira. «Aterrei em El Aiune e disseram que todos os passageiros podiam sair, excepto eu», explica. A ativista procurou saber o que se estava a passar, mas disseram-lhe que eram «ordens que o piloto tinha recebido».

«Disseram-me que tinha de voltar para Marraquexe, mas recusei sempre. Quem falou comigo, nunca se identificou, diziam-me apenas que eram altos responsáveis e limitavam-se a dar ordens.»

Retiraram-lhe o telemóvel e o computador e apagaram tudo

Depois, Isabel Lourenço foi levada para uma sala, onde lhe desconfiguraram o computador os telemóveis não permitindo assim que fizesse chamadas. «Apagaram-me tudo», conta. Durante quatro horas este incontactável. «Disseram-me que eu era uma pessoa non grata, que não podia falar com as pessoas sem autorização e acusaram-me de estar a atacar a soberania», relembra a ativista. «A gota de água foi quando me disseram que as pessoas com quem eu queria falar não eram humanos.» Saiba mais aqui. 

Texto: Jéssica dos Santos

 

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