António Raminhos vive «um dos dias mais tristes» de sempre: «Naquele momento morri»

A luta contra o Transtorno Obsessivo Compulsivo é longa e António Raminhos tem feito questão de a tornar pública. Este domingo, partilhou o que sentiu quando enfrentou «um dos seus maiores medos».

08 Set 2020 | 8:10
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António Raminhos sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo, que se traduz em ansiedade, pois o cérebro não normaliza as coisas simples do dia-a-dia. Quem sofre deste transtorno sofre de pensamentos obsessivos, intrusivos e em alguns casos comportamentos compulsivos e repetitivos.

Em entrevista a Daniel Oliveira, para o programa da SIC Alta Definição, o humorista referiu que alguns dos principais sintomas são o «lavar as mãos muitas vezes» ou questionar vezes sem conta se «fechou tudo em casa», mas há muito mais e Raminhos tem relatado alguns dos momentos difíceis que tem passado, de modo a ajudar pessoas que sofrem do mesmo transtorno.

 

«Sinto-me triste, revoltado, abandonado, incompreendido e vazio»

 

Este domingo, 6 de setembro, voltou a falar sobre o tema e revelou que na semana que terminou passou por «um dos dias mais tristes da vida em relação a ansiedade e ao transtorno obsessivo compulsivo».

«Fiquei frente-a-frente a um dos meus maiores medos. Estava assustado, desorientado. Naquele momento morri. Estava condenado à morte e sem futuro. Sem saber o que fazer. E ainda estou, muito. Já levo muitos anos nisto e muito trabalho, mas às vezes é como remar com calma e perseverança, e, de repente, vem um tsunami. E isso magoa. Sinto-me triste, revoltado, abandonado, incompreendido e vazio», desabafou, sem dar grandes pormenores relativamente ao sucedido.

Contudo, o humorista decidiu recorrer a um profissional e aconselhou os que estejam a passar pelo mesmo: «Foi pedir ajuda ao meu terapeuta e ao meu psiquiatra, porque claramente preciso de um apoio. Um apoio para eu poder trabalhar-me melhor! Não para me fazer esquecer ou manter-me funcional apenas. Apoio para eu descobrir-me com mais calma. Escrevi este post para que não se fechem nos vossos medos. Para que compreendam que há dores que só nós conhecemos, mas que podem ser partilhadas por muitos nas suas mais variadas formas e feitios. […] Quando vocês procuram essa ajuda, entendem uma coisa: todos somos estranhos até perceber que isso é normal.»

 

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Texto: Inês Marques Fernandes; Fotografias: Arquivo Impala e reprodução redes sociais
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