Ângelo Rebelo entrou na sua casa em chamas para salvar o irmão. Tragédia deixou marcas

Ângelo Rebelo tinha seis anos quando salvou o irmão de morte certa. Mas a infância do cirurgião plástico ficou ainda marcada pela ausência do pai, a cujo funeral só foi por respeito à irmã.

16 Dez 2020 | 19:20
Ângelo Rebelo
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Nasceu em Lisboa e cresceu sem a presença da figura do pai. Este foi o mote da entrevista que Ângelo Rebelo concedeu a Ana Marques, na emissão desta quarta-feira do programa “Júlia”, da SIC. O cirurgião plástico revelou pormenores da sua infância e de como, até certa altura, guardou “algum rancor pelo pai não ter feito aquilo que devia ter feito”.

“Conheci mal o meu pai. (…) Nasci em casa, o que não era muito comum. Fazer o parto em casa custava dinheiro, tinha de se ter alguns recursos. Com o crescimento e desenvolvimento, consegui perceber que aquilo foi uma forma de quase esconder o parto. Era quase um parto clandestino“, começou por contar.

Ângelo Rebelo, conhecido como o cirurgião dos famosos, já tendo operado figuras públicas como Alexandra LencastreCarlos Areia, Wanda Stuart e Ricardo Castro, partilhou, depois, que “nunca” viveu com o pai. “Pertenci àquele grupo a que chamavam de filhos de pai incógnito. A minha mãe é que me criou. Depois teve um filho, do mesmo pai, um ano e meio mais novo do que eu. A minha mãe foi mãe solteira durante a vida toda”, constatou.

Crítico, apontou falhas à forma como o progenitor não desempenhou as funções que lhe competiam: “O meu pai aparecia de vez em quando, mas nunca fez sequer um acompanhamento da educação dos filhos, nunca teve uma preocupação muito grande do que se passava com os filhos.”

Só “ao fim de muitos anos de luta” a mãe de Ângelo Rebelo conseguiu que o pai perfilhasse os dois filhos. “A minha mãe falava comigo e dizia que não desistia que nós viéssemos a ter o apelido do meu pai. Quando ela conseguiu isso oficialmente, eu disse que sim mas com uma condição: não punha o apelido do meu pai no meu nome. O Rebelo é da minha mãe, com muito orgulho.”

 

A irmã que teve a “hombridade” de procurar Ângelo Rebelo

 

Ainda “muito pequenino”, o reconhecido especialista de medicina estética descobriu ter uma irmã. Foi Helena Gomes, dez anos mais velha do que Ângelo Rebelo e “filha da mulher do pai” do cirurgião, quem foi à procura dos irmãos. Ou seja, o progenitor tinha uma família legítima e outra ilegítima, à qual, lamentou, “não ligava nada”.

“Ela soube que o pai tinha tido filhos e que, portanto, ela tinha irmãos. Ela é que teve a hombridade e o cuidado de procurar, porque queria conhecer os irmãos. [,..] Recebi-a sempre com muito orgulho e muito carinho”, declarou.

Ângelo Rebelo assumiu ainda a Ana Marques que “foi” pela irmã que esteve presente no funeral do pai. “O meu pai era uma pessoa que não existia. Como figura e como pessoa, não me dizia absolutamente nada”, vincou.

 

O dia em que entrou pela casa em chamas para salvar o irmão

 

Recuando à infância, Ângelo Rebelo assumiu-se “protetor” do irmão, Sérgio Rebelo, a quem salvou a vida quando o cirurgião plástico tinha apenas seis anos. Um episódio marcante vivido na sua casa da altura, na Madragoa, onde uma garrafa de gás explodiu, levando a habitação a arder. Lá dentro, encontrava-se o benjamim da família.

“Nessa altura, usavam-se bilhas de gás e aquelas bilhas tinham uma válvula que nem sempre eram fáceis [de manusear]. Havia uma chave própria, mas as pessoas gostam sempre de improvisar e, quando não havia a chave, o vizinho vinha com um martelo… Aquilo explodiu e, como fez faísca, ficou tudo em chamas. Eu estava no quintal. Era inverno e, portanto, já usava roupa de inverno. Estava muito protegido e foi isso que me salvou“, recordou.

“Vi as chamas e achei que tinha de ir buscar o meu irmão, que tinha ficado lá dentro. Quando atravessei a cozinha, que estava em chamas, sofri queimaduras na cara e nas mãos, porque estavam à mostra”, referiu.

 

Cinco casamentos “oficiais” e “mais uns quantos não oficiais”

 

Aos “20, 21 anos”, Ângelo Rebelou casou-se pela primeira vez. Na mesma altura, teve o primeiro filho, Hugo. Dessa relação nasceu ainda André. Este foi apenas o primeiro de cinco casamentos “oficiais” que o cirurgião dos famosos teve, um dos quais com a estilista Fátima Lopes e outro com a apresentadora Isabel Angelino. Mas o clínico conta ainda com “mais uns quantos” casamentos “não oficiais”.

“Eu não digo isto com orgulho algum. Digo isto constatando a realidade e sabendo que cada momento que foi vivido foi vivido com seriedade e objetividade. O tipo de vida que eu tinha, o estilo de vida que me assoberbava, sobretudo a parte profissional, fez com que, muito eventualmente e entre outras razões, eu tivesse que ir desfazendo os vários casamentos”, assumiu.

Rita, a filha mais nova, é fruto do terceiro enlace. É farmacêutica e trabalha com o pai na clínica deste.

 

Namorada declara-se a Ângelo Rebelo: “És o nosso porto seguro”

 

Atualmente, Ângelo Rebelo mantém uma relação com Susana Martinho. A companheira surpreendeu-o no vespertino da SIC com uma declaração de amor feita através de um vídeo. “Sei que não estavas à espera desta surpresa, mas eu achei que era merecida. Já toda a gente sabe que tens um dom, que tu és um génio da cirurgia plástica. Mas, além disso, posso comprovar nestes 11 anos de convivência, dos quais quase três de relacionamento, de que és um ser humano extremamente generoso e muito, muito protetor”, disse a namorada do cirurgião plástico, que trabalha na área do Direito.

Susana Martinho afirmou ainda que “partilhar a vida” com Ângelo Rebelo “tem sido uma bênção e até uma aventura”. “Mas estar ao teu lado e ter a certeza de que na nossa relação existe um amor verdadeiro e, principalmente, respeito faz-me pensar que o nosso caminho tem sido realmente maravilhoso”, contrapôs.

“Sabes que és o meu porto seguro. Ou melhor, o nosso porto seguro. E também sabes que terás sempre o meu carinho, a minha admiração e o meu respeito por ti. E que eu estarei sempre, mas sempre, aqui para ti. Amo-te muito”, rematou.

Questionado por Ana Marques se o sexto casamento está para breve, Ângelo Rebelo não negou. Bem pelo contrário. “Já esteve mais longe. A pandemia veio estragar isto tudo [risos]. espero ainda aproveitar os restos da pandemia porque pelo menos fazemos um copo de água mais curto. com menos gente, fica mais barato”, brincou o cirurgião plástico.

 

Texto: Dúlio Silva; Fotos: Arquivo Impala e reprodução SIC
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