Com 30 anos, Ana Guiomar diz ser uma pessoa com muito «mais paciência», «ponderada» e uma mulher que consegue meter-se melhor no «lugar dos outros». A atriz foi convidada por Daniel Oliveira para estar, este sábado, dia 22 de junho, no programa Alta Definição, da SIC.
Mulher segura e resolvida com a vida, o rosto da SIC fala sobre a separação dos pais sem traumas, nem tristezas. «Eles separaram-se quando eu era muito miúda, mas foi uma separação super saudável. Eles falam-se e dão-se bem», revela a atriz.
«Dás-me uma aspirina e dizes-me que é droga e eu já estou drogada»
A vestir a pele de Patrícia na série Golpe de Sorte, Ana Guiomar admite que foi a profissão que a «escolheu». «Eu lembro-me de que, quando comecei a fazer Morangos Com Açúcar, só para aí ao terceiro ano é de que me lembrei que eu tinha um ordenado. Porque, para mim, aquilo era diversão. Quando me ligaram a dizer que tinha ficado na série, não tive o sentimento de ‘eu vou aparecer na televisão’, foi uma felicidade… Apetecia-me correr ou sentir o vento. Não sei porquê», explica.
Questionada por Daniel Oliveira sobre se, na fase dos Morangos Com Açúcar, alguma vez quis «pisar o risco», ou seja, beber álcool, ou consumir drogas, Ana Guiomar foi esclarecedora. «Ai, não, não, eu tenho muito medo de morrer. Dás-me uma aspirina e dizes-me que é droga e eu já estou drogada», afirma, entre risos. «Claro que, como todos os jovens, já experimentei. Quando saio à noite, gosto de beber um copo», diz.
«Fui lá e beijei-o»
Diogo Valsassina e Ana Guiomar não tiveram o dito «amor à primeira vista». O casal picava-se muito um ao outro. «Ele era super irritante. Magrinho e depois com aquele cabelo… Era super irritante. Ele continuou sempre irritante, até ao dia em que eu tomei iniciativa e fui», conta. É que o ator andava atrás de Ana «há algum tempo», mas ela não lhe ligava muito. «E houve um dia, no dia 1 de junho, eu ainda me lembro… Estávamos a almoçar e estava lá o [Paulo] Vintém e o Cifrão e eu pensei: ‘Eu não sei se gosto muito dele, mas eu acho que sim’. E fui lá e beijei-o», conta.
«Não sou daquelas pessoas que acha que vai ficar com o Diogo para sempre»
Ao falar de amor, a atriz da SIC é muito prática e sem romantismos. «Eu acho que o amor não é só amor. Há várias camadas, existe uma data de coisas. Há fases que se ama mais e outras menos. Eu não sou daquelas pessoas que acha que vai ficar com o Diogo para sempre. Uma coisa é certa: eu quero ter um filho com o Diogo. Só porque é prático. Queremos o mesmo nome e tudo: Alice. Por questões praticas, o Diogo está ótimo para ser pai. Já viste a trabalheira que era agora acabar com ele?», questiona.
Daniel Oliveira prossegue a entrevista perguntando-lhe se essa forma de pensar «não desfaz uma certa ideia romântica». Com a resposta na ponta da língua, Ana diz: «Não porque a velhice está relacionada com o amparo… Já viste o que é chegarmos lá os dois e já viste o amparo que houve a vida toda? A ideia é romântica, mas a vivência para mim é que é romântica», explica.
O casal já teve fase menos boas, mas, no final do dia, Ana Guiomar sabe que até hoje a relação com Diogo «vale mesmo a pena». «Eu acho que um dia, se nos separarmos – espero bem que não, porque o amo -, ele vai ficar sempre na minha vida, porque eu o admiro», admite.
«Fazer de casal foi terrível. A novela Amor Maior foi uma das novelas que menos gostei de fazer. Trabalhámos juntos, mas foi provavelmente a fase pessoal em que tivemos mais afastados um com o outro. Porque eu acho que o amor está muito relacionado com a admiração e, como não trabalhamos da mesma maneira, nós deixámo-nos de admirar um bocadinho. Aquelas manias… Foi muito estranho. O Diogo esteve três anos sem fazer nada em televisão. Aquilo que ele aguentou enquanto pessoa eu não teria aguentado. Eu não sei se teria força. Ele vivia quase só para mim e eu trabalhava muito. Eu voltei a apaixonar-me perdidamente pela pessoa que o Diogo é. Por isso é que eu acho que o amor está ligado com a admiração», termina.
«Eu tenho muito medo de ser mãe»
Ana Guiomar tem um grande medo. «Eu tenho muito medo de ser mãe. Com os meus irmãos já tenho uma pressão tão grande e eles já tem 20 e tal anos…», revela. «Mas o pior momento de todos foi quando o meu irmão Leonardo, aos 19 anos, foi para Moçambique viver. Foi duro. E foi uma coisa do género ‘ele vai trair-me’», conta.
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