“A maior parte das pessoas não sobrevive”: Margarida Martinho recorda aneurisma que teve

Margarida Martinho ficou conhecida na série “Morangos com Açúcar”, da TVI, e marcou presença na “Casa Feliz”, da SIC, onde recordou um episódio muito difícil: o aneurisma que teve aos 25 anos.

24 Abr 2021 | 8:00
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Passaram-se seis anos desde que Margarida Martinho, que com a irmã gémea, Mariana participou na série “Morangos com Açúcar”, da TVI, sofreu um aneurisma cerebral. As duas estiveram na manhã de 22 de abril no programa “Casa Feliz”, da SIC, e à conversa com João Baião e Diana Chaves, recordaram o dia em que tudo aconteceu e uma frase de um médico que Margarida nunca esquecerá.

“Quando eu tive o primeiro sintoma do aneurisma, não tive tempo para ser diagnosticada. No momento da rutura, tive a pior dor de cabeça da vida. O que é diferente da dor de cabeça normal é a intensidade”, começa por dizer a ex-atriz.

“Foi uma viagem com vários percalços”

Margarida estava no ginásio, sem telemóvel. Tinha-o deixado, naquele dia, numa loja para que fosse trocada a bateria. Teve de se deslocar até ao local e só então conseguiu telefonar à irmã e contar-lhe o que estava a sentir. Acabou por apanhar um táxi e ir de imediato para um hospital. “Foi uma viagem com vários percalços. Ela teve vómitos, era o taxista que falava comigo”, recorda a gémea Mariana.

Margarida garante ter percebido, logo naquele instante, que a dor que sentia não era apenas uma enxaqueca, mas nunca ponderou que fosse um aneurisma cerebral, mesmo tendo a mãe passado por esse diagnóstico. Aliás, os médicos da unidade de saúde no Reino Unido, onde estava a viver nessa altura, na qual deu entrada, só o descobriram quando Mariana lhes contou que a mãe de ambas também tinha sofrido uma dilatação num dos vasos sanguíneos que levam o sangue ao cérebro. “O aneurisma é muito difícil de diagnosticar, mesmo quando há uma rutura”, diz. “A maior parte das pessoas não sobrevive”, completa.

“O meu caso foi um milagre”, frisa Margarida

“Agora já falo disto a rir, mas há uns anos não conseguia”, admitiu Margarida aos apresentadores do programa das manhãs do canal de Paço de Arcos. O caso da irmã é diferente: “Dificilmente falo sem me emocionar. Ela não estava com os sentidos todos apurados, mas eu estava ali a viver muito mais o que se estava a passar”, admite Mariana.

O sucesso da recuperação tem a ver com a rapidez da resposta e esse foi o “milagre” da jovem, que teve de ser operada assim que recebeu o diagnóstico. Nessa altura, ainda antes da intervenção cirúrgica, Margarida ouviu uma frase que a marcou: “Quando se fala de um aneurisma não há muito a dizer. A minha família estava muito ciente do risco. (…) O médico disse-me que as possibilidades de a cirurgia correr bem eram muito reduzidas. (…) Mas não havia alternativa”, sublinha.

Tive de ser muito forte e de me aguentar”, diz a irmã de Margarida

Os pais das gémeas, que estavam em Portugal, viajaram de imediato para Inglaterra. A notícia foi-lhes dada por Mariana, via chamada telefónica. “Foi uma gestão emocional muito, muito complicada para mim (…) Tive de lidar com muita coisa, tive de ser muito forte e de me aguentar”, lembra.

Hoje, Margarida faz uma “vida completamente normal”, apenas com “alguns cuidados acrescidos”. Sobre o passado, gostava apenas de “ter pedido a consciência” quando tudo aconteceu. “Foi uma dor muito forte que eu tive de suportar”.

Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Reprodução SIC e Instagram
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