A cineasta Fanny Ardent em entrevista à TV7Dias

A atriz e cineasta francesa é uma fã confessa de Portugal e fala-nos na sua última obra; O Divã de Estaline.

01 Fev 2017 | 13:01
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A atriz e realizadora, Fanny Ardent (Uns e os Outros) esteve em Lisboa para a antestreia de O Divã de Estaline, uma película que conta com um elenco de nomes sonantes como Gerard Depardieu, Emmanuelle Seigner, Paul Hamy e as atrizes portuguesas Lídia Franco ou Joana de Verona. Rodada no Buçaco, a sua mais recente obra, a terceira feita pela cineasta em Portugal, após Cadências Obstinadas, tem uma fotografia lindíssima.

E em entrevista à TV7dias revela que esta película não é um retrato sobre o duro estalinismo, mas sobre sociedades esmagadas pelo poder, que, segundo a realizadora, é um tema muito atual.“Estaline foi um pretexto. Queria falar acerca do poder e do efeito que este tem nas pessoas, bem como o medo que provoca. O poder, sem ser numa pessoa, está no dinheiro. Esse poder é nojento. Fazem-se filmes com as asas cortadas pelo poder do dinheiro. Dizem-te o que tens de fazer. Atualmente temos uma Pax Americana e todos seguimos os EUA. Eles preferem a guerra e  todos os seguem. Temos medo do quê? Da grande América?”

Pelos seus ideais e pelo que vimos no filme, percebemos que o pensamento, as opiniões e as preferências de Fanny Ardant estão retratadas na personagem da amante do ditador, interpretada por Emmanuelle Seigner. “Fiz este papel como se eu participasse. Gosto do conceito de redenção de Lídia, que um dia acorda e pensa: ‘Vou recuperar a minha dignidade e ser eu mesma’, sem nada a perder. Agora o povo é retratado como ovelhas, onde não há individualidade ou personalidade. Que sociedade é esta? Somos carneiros?”

Portugal é um país que está no seu coração e onde vive recorrentemente, como nos confessa “Este país é também a minha casa e onde posso fazer os meus filmes. Pertenço a Lisboa, mas agora também ao Buçaco.”  (pode ler o artigo na integra  na edição 1558).

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